Mark Zuckerberg quer que os influenciadores do Facebook e Instagram permaneçam lá e deseja também atrair novos influenciadores. Para incentivar os dois grupos, ele está disposto a pagar mais.
O Facebook está considerando uma série de novas ferramentas de monetização para os criadores de conteúdos. Zuckerberg anunciou na última segunda-feira (26) que irá permitir às empresas monetizar influenciadores, além de um marketplace para conectar essas duas pontas e facilitar o fechamento de negócios. Ele também está considerando uma expansão no Storefront do Instagram, um feed de conteúdo para compras atualmente restrito a grandes celebridades, como Kim Kardashian.
“Se ajudarmos os criadores a ganhar mais dinheiro com seu conteúdo, isso ajudará os criadores economicamente, o que fará com que haja mais conteúdo nos serviços, mais maneiras de se conectar, e isso será incrível”, disse Zuckerberg. O local escolhido para o anúncio tinha o objetivo reforçar ainda mais seu interesse por influenciadores: uma live do Instagram, forma popular dos criadores conversarem com os fãs.
Zuckerberg compartilhou alguns detalhes específicos sobre no que o Facebook está trabalhando e, até que sejam implementados, é impossível avaliar se esses novos recursos terão sucesso. O anúncio ressalta a crescente importância dos influenciadores para o Facebook e a corrida entre as empresas para conquistar os influenciadores e enriquecê-los.
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Por quê? Bem, plataformas como Facebook e Instagram precisam de influenciadores porque eles ajudam a direcionar o engajamento para essas redes sociais. Mas muito poucos criadores são leais. Eles estão propensos a buscar novos sites e caminhos para ganhar mais dinheiro, atraindo o público de uma plataforma para outra.
O Facebook e o Instagram representam a velha guarda da indústria e estão lutando contra dois problemas emergentes: manter os influenciadores que cresceram em suas plataformas e atrair usuários de concorrentes, como o Snapchat e o TikTok.
O conceito de influenciador surgiu com as celebridades digitais, que ganharam fama no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter em meados de 2010. Embora o YouTube tenha tomado medidas precoces para compartilhar a receita de anúncios com os influenciadores, nenhuma outra plataforma ofereceu caminhos para que eles também ganhassem dinheiro, deixando grande parte dos influenciadores sozinhos.
Isso mudou quando surgiu o TikTok. No TikTok, é possível adquirir fama mais rapidamente do que em qualquer outro lugar graças à arquitetura do aplicativo. Ou seja, agora há muito mais influenciadores do que há dois ou três anos.
Para mantê-los felizes, o TikTok introduziu recursos de monetização muito mais cedo do que seus rivais. Os influenciadores podem ganhar gorjetas em transmissões ao vivo, fechar negócios com marcas por meio do marketplace do aplicativo (exatamente o que o Facebook planeja copiar) e, possivelmente, ingressar no Creator Fund da empresa, um programa de financiamento para um grupo seleto de influenciadores do TikTok.
O programa de compartilhamento de receita dos anúncios do YouTube continua sendo a peça mais lucrativa de monetização, onde os melhores talentos ganham US$ 10 ou mais por CPM (cliques por minuto) ou por 1 mil visualizações, produzindo os maiores pagamentos anuais no mundo para influenciadores.
O Snapchat, por sua vez, está investindo até US$ 1 milhão por dia com os usuários que publicam conteúdo popular em seu novo recurso, o Spotlight, amplamente popular. O Twitter está trabalhando para adicionar um modelo de assinatura, no qual os usuários pagariam para seguir os tweets de alguém. O Clubhouse, o aplicativo de bate-papo por áudio, claramente fez da monetização dos criadores uma prioridade em seu segundo ano de existência, lançando um recurso de gorjetas digitais há algumas semanas.
O Facebook e o Instagram já oferecem alguns recursos semelhantes. No Facebook, os influenciadores recebem uma parcela da receita dos anúncios nos vídeos, assim como no YouTube. No Instagram, os criadores de conteúdos recebem parte da publicidade paga do Instagram TV. Também existe a possibilidade de receber ‘badges’ de fãs, que são presentes financeiros. Eles podem ainda postar Reels patrocinados por marcas.
Na live do Instagram da última segunda-feira, Zuckerberg chegou à seguinte conclusão: “Se isso se tornar um trabalho para os influenciadores, elas precisam ser capazes de ganhar dinheiro fazendo isso.”
Agora, resta saber se eles querem fazer isso no Instagram, Facebook ou em outra plataforma.
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