Os IPOs das SPACs levantaram US$ 180 bilhões desde o início de 2020, ajudando patrocinadores e fundadores a enriquecerem rapidamente, mas o boom rendeu relativamente poucos novos bilionários. Abrir o capital de uma empresa tem sido um símbolo de sucesso para empresários e a mania favorita de Wall Street nos últimos 12 meses ajudou vários fundadores a colher as recompensas monetárias de um IPO enquanto suportavam uma dose extra de burocracia.
As SPACs, ou sociedades de aquisição de propósito específico, em tradução livre para o português, abrem capital sem operações comerciais e usam os recursos captados para adquirir empresas privadas. Em 2020, 248 IPOs de SPAC levantaram um total de US$ 83 bilhões, de acordo com o SPACInsider, quase o dobro dos recursos totais gerados pelas SPACs nos dez anos anteriores. Os primeiros três meses de 2021 já ultrapassaram o montante do último ano, com US$ 97 bilhões arrecadados em quase 300 IPOs de SPACs. Essas firmas de “cheques em branco”, normalmente patrocinadas por negociadores financeiros e abastecidas com dinheiro de fundos de hedge, cunharam 10 novos bilionários no ano passado.
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Esses IPOs são populares porque tendem a ser ganhos fáceis para patrocinadores, fundos de hedge e empreendedores, muitas vezes às custas de investidores de varejo que chegam tarde demais em oportunidades. Dois patrocinadores de SPAC se juntam ao ranking dos bilionários este ano: Chamath Palihapitiya, investidor de venture capital, gerou uma fortuna de US$ 1,2 bilhão após as fusões de uma SPAC com a Opendoor, Virgin Galactic e Clover Health. O executivo de seguros de longa data, Bill Foley, também patrocinou cinco SPACs e orquestrou acordos de fusão lucrativos com dois deles até agora. Os outros oito recém-chegados formaram o clube das três vírgulas ao realizar a fusão de empresas que fundaram com SPACs.
Aqui estão todos os 10 superricos na lista dos Bilionários do Mundo de 2021 da Forbes, que emergiram graças ao furor das SPACs. As estimativas de patrimônio líquido são de 5 de março de 2021.
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Reproducao/Forbes 1 – Mat Ishbia
Patrimônio líquido: US$ 9,7 bilhões
Fonte de riqueza: empréstimos para hipotecas
Residência: Estados Unidos -
2 – Justin Ishbia
Patrimônio líquido: US$ 3 bilhões
Fonte de riqueza: empréstimos para hipotecas
Residência: Estados UnidosO CEO da United Wholesale Mortgage, Mat Ishbia, ingressou em 2003 no negócio de hipotecas de 11 pessoas criado por seu pai, logo após se formar no estado de Michigan, onde ingressou no time de basquete campeão nacional. Depois que o negócio decolou durante a Grande Recessão, ele gradualmente comprou a parte de seu pai com seu irmão mais velho, Justin Ishbia, e transformou a UWM no segundo maior credor hipotecário da América, atrás da Rocket Mortgage, de Dan Gilbert. A empresa abriu o capital por meio de uma fusão com a Gores Holdings IV em janeiro. Justin, um investidor de private equity, está no conselho da UWM.
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Reproducao/Forbes 3 – Austin Russell
Patrimônio líquido: US$ 2,4 bilhões
Fonte de riqueza: sensores
Residência: Estados UnidosRussell, de 26 anos, tornou-e o bilionário self-made mais jovem do mundo em 3 de dezembro, quando a Luminar Technologies abriu o capital por meio de uma fusão com a Gores Metropoulos, copatrocinada pelos bilionários de private equity Alec Gores e Dean Metropoulos. Russell abandonou Stanford em 2012 para iniciar a Luminar depois de receber US$ 100 mil em financiamento do colega bilionário Peter Thiel. A empresa fabrica sensores com a tecnologia Lidar, baseada em feixes de laser para ajudar carros autônomos a navegar sem colisões.
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Divulgação/Forbes 4 – Andrew Paradise
Patrimônio líquido:
US$ 2,3 bilhões
Fonte de riqueza: jogos para celular
Residência: Estados UnidosA Skillz, empresa fundada por Paradise com Casey Chafkin em 2012, tornou-se a primeira plataforma de e-sports mobile de capital aberto em dezembro, quando se fundiu com a Flying Eagle Acquisition Corp., uma SPAC liderada pelos ex-executivos de mídia Harry Sloan e Jeff Sagansky. A Skillz hospeda cinco milhões de torneios por dia, incluindo 1,4 milhão com taxas de entrada pagas em jogos como paciência e bingo. A empresa retém entre 16% e 20% das taxas de inscrição e gerou US$ 230 milhões em receita em 2020.
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Reproducao/Forbes 5 – William Foley
Patrimônio líquido: US$ 1,9 bilhão
Fonte de riqueza: serviços financeiros
Residência: Estados UnidosAssim como Gores e Palihapitiya, Foley encontrou ouro com os SPACs, patrocinando cinco empresas desde maio passado. Uma se fundiu com a plataforma de pagamentos Paysafe, que começou a ser negociada em 31 de março, e outra firmou um acordo de US$ 7,3 bilhões em janeiro, que tornará o provedor de nuvem Alight Solutions uma empresa de capital aberto. Os outros três ainda estão em busca de um alvo para aquisição. Foley é o presidente da empresa de seguros de títulos de capital aberto Fidelity National Financial e é dono da equipe do Vegas Golden Knights da NHL.
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Reproducao/Forbes 6 – Shalom Meckenzie
Patrimônio líquido: US$ 1,7 bilhão
Fonte de riqueza: apostas esportivas
Residência: IsraelA plataforma de tecnologia de jogos de azar SBTech fundiu-se com a DraftKings na aquisição da SPAC Diamond Eagle em abril. Mesmo nos primeiros meses da pandemia, quando não havia esportes em que se apostar, as ações da DraftKings dispararam, tornando Meckenzie, que faz parte do conselho, um bilionário com sua participação de 6%. Depois que o patrimônio líquido foi finalizado para a lista dos Bilionários do Mundo da Forbes em 5 de março, a recuperação das ações da DraftKings fez do CEO, Jason Robins, também um bilionário.
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Reproducao/Forbes 7 – Geeta Gupta-Fisker
Patrimônio líquido: US$ 1,6 bilhão
Fonte de riqueza: veículos elétricos
Estados Unidos -
Reproducao/Forbes 8 – Henrik Fisker
Patrimônio líquido: US$ 1,6 bilhão
Fonte de riqueza: veículos elétricos
Residência: Estados UnidosA Fisker Automotive, empresa de veículos elétricos de Henrik Fisker, foi uma rival precoce da Tesla antes de ir à falência em 2013. O empreendedor está investindo novamente no setor com a Fisker Inc., ao lado de sua esposa, Geeta Gupta-Fisker, que atua como CFO (diretora financeira). A empresa não deve começar a produzir o Fisker Ocean SUV até o final de 2022 (e está terceirizando a produção para a montadora Magna), mas lucrou com o advento dos carros elétricos numa fusão SPAC em outubro com a Spartan Energy Acquisition Corp. As ações da empresa subiram o suficiente para tornar o casal bilionário em dezembro, com os investidores esperando que o preço do veículo seja acessível ao mercado: Fisker planeja vender o Ocean por US$ 37.499, o que o tornará uma alternativa viável na comparação com modelos Tesla e de outras montadoras elétricas.
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Reproducao/Forbes 9 – Trevor Milton
Patrimônio líquido: US$ 1,4 bilhão
Fonte de riqueza: veículos elétricos
Residência: Estados UnidosA Nikola, fabricante de caminhões elétricos de Milton – seu nome é uma referência ao homônimo de seu rival, o inventor do início do século XX, Nikola Tesla – disparou em sua primeira semana de negociações em junho passado após uma fusão da SPAC, elevando o patrimônio líquido de seu fundador para US$ 8 bilhões. A bolha estourou quando Milton renunciou ao cargo de presidente em setembro, depois que um vendedor a descoberto o acusou de mentir sobre a tecnologia da empresa. (Em resposta às acusações, Milton tuitou: “Pretendo me defender contra falsas acusações feitas contra mim por detratores externos.”) Sua participação de 20% ainda vale mais de US$ 1 bilhão. A Nikola, que utiliza baterias e células de combustível de hidrogênio para alimentar seus veículos, planeja começar a produzir seu primeiro caminhão comercial em 2021.
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Reproducao/Forbes 10 – Chamath Palihapitiya
Patrimônio líquido: US$ 1,2 bilhão
Fonte de riqueza: venture capital e Facebook
Residência: Estados UnidosPalihapitiya estava adiantado na onda SPAC, patrocinando uma fusão com a startup espacial Virgin Galactic no final de 2019. (Ele vendeu uma grande parte de sua participação na Virgin Galactic por US$ 200 milhões no início de março.) Desde então, o ex-executivo do Facebook patrocinou IPOs via SPACs para a imobiliária on-line Opendoor e para a seguradora de saúde Clover Health. Ele tem mais três empresas de “cheque em branco” no mercado, com uma delas negociando a abertura de capital da startup de finanças pessoais SoFi. Ele também é o CEO da empresa de venture capital Social Capital e ganhou notoriedade com 1,4 milhão de seguidores no Twitter e frequentes aparições na rede de TV norte-americana CNBC durante a pandemia. Investidor em bitcoin, Palihapitiya também usou o Twitter para promover a Gamestop e torcer pelas recentes altas das “ações memes”.
1 – Mat Ishbia
Patrimônio líquido: US$ 9,7 bilhões
Fonte de riqueza: empréstimos para hipotecas
Residência: Estados Unidos
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