O Ministério Público Federal decidiu pelo arquivamento de um requerimento do empresário Benjamin Steinmetz que acusava executivos da Vale de práticas ilícitas, informou a companhia ontem (5), que agora avalia denunciar o israelense por calúnia e difamação.
Ao fim de 2020, o empresário apresentou ao MPF supostas evidências de que a mineradora teria praticado crime de corrupção e tráfico de influência em atividades relacionadas ao projeto minerário de Simandou, na República da Guiné.
“A Vale entende que a decisão do Ministério Público Federal corrobora a lisura e probidade de sua atuação no mercado”, informou a empresa em comunicado. “O evidente objetivo do Sr. Steinmetz é desviar foco dos processos de execução de US$ 2 bilhões movidos pela Vale contra ele e suas empresas, conforme sentenças arbitrais e judiciais proferidas na Inglaterra e EUA”, acrescentou.
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Em entrevista à Reuters, o advogado da Vale David Rechulski afirmou estar claro que as denúncias apresentadas por Steinmetz são falsas e que já há elementos para que seja feita uma denúncia contra ele em nome da Vale e de executivos da companhia por denunciação caluniosa, calúnia e difamação.
Contudo, ele afirmou que, por uma questão de cautela, a empresa vai aguardar os desdobramentos do caso antes de decidir sua estratégia jurídica diante dos fatos. “Tudo isso decorre de tentativa dele de criar uma cortina de fumaça sobre obrigação que ele tem de indenizar a Vale”, disse Rechulski.
Em nota, Benjamin Steinmetz afirmou que o MPF “não desistiu definitivamente” de investigar as denúncias realizadas. E ressaltou que há ainda investigações sobre o caso que correm no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.
No fim de março, a polícia do Rio de Janeiro deu início a investigações sobre denúncias realizadas por Steinmetz, de que a companhia supostamente teria escondido de seus acionistas, de forma ilegal, as condições sob as quais a BSGR, empresa de Steinmetz, exploraria um dos maiores depósitos de minério de ferro do mundo, disseram anteriormente procuradores à Reuters.
“O referido comunicado (da Vale) ao mercado transmite uma informação enviesada, convenientemente otimista, pois dá como certo o arquivamento de uma notícia de crime a partir de uma cota precária, ainda passível de análise e reforma pela Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal”, disse Steinmetz.
A decisão do MPF corre em sigilo. Segundo a mineradora, o MPF teria apontado que o requerimento contra ela seria “incomodamente inespecífico” e que documentos apresentados não serviriam como prova.
“O Ministério Público Federal concluiu que os documentos apresentados ‘não contêm elementos que indiquem sequer em tese a ocorrência de crime de corrupção ativa ou de tráfico de influência internacional, sendo ‘conclusão falaciosa e inconsistente’ aquela de que executivos da Vale teriam em 2011 oferecido alguma vantagem indevida a George Soros”, afirmou a companhia. Não foi possível contactar o MPF. (com Reuters)
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