O setor de saúde suplementar brasileiro não para de crescer e é responsável, atualmente, pelos cuidados de saúde de 47,7 milhões de pessoas. Apesar dos desafios impostos pela pandemia nos últimos meses, já são oito meses consecutivos de crescimento, com evolução de 1,6% entre julho de 2020 e fevereiro deste ano, segundo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A expansão vem acompanhada de aceleração das transformações e coloca em evidência os players no setor mais capacitados para endereçar soluções às demandas de usuários, colaboradores e investidores, como é o caso da Hapvida.
Operando em cinco regiões e 18 estados do país numa estrutura fortemente verticalizada, a empresa viu acelerar no último ano a necessidade de otimizar processos e melhorar a experiência de stakeholders no ambiente digital. Para fazer frente à demanda, investiu no desenvolvimento do Maida.Health, holding de tecnologia do Sistema Hapvida que atua na criação de soluções baseadas em algoritmos e inteligência artificial (IA), como o Octopus, plataforma que avalia as solicitações médicas e garante velocidade aos processos internos.
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Os investimentos em tecnologia da informação e digital, ambos setores considerados estratégicos pela empresa e ligados diretamente à sua vice-presidência, incluem ainda a H7DRA, sistema de gestão completa para centrais do SUS (Sistema Único de Saúde) e o iHealth, solução que possibilita operadoras de saúde reduzirem custos operacionais via IA, ambas soluções criadas pelo Maida.Health. “Essa onda de conquistas são frutos do trabalho incessante contra a Covid-19”, comenta Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida em entrevista à Forbes.
Em janeiro, a empresa anunciou a fusão com outro grande player do setor, o Grupo NotreDame Intermédica. A nova operadora contará com 84 hospitais, 280 clínicas, 257 unidades de diagnóstico e 8,4 milhões de vidas, ampliando a sua presença nacional. O resultado da operação, avaliada em R$ 100 bilhões, cria um dos maiores conglomerados de saúde do Brasil e contou com recursos do IPO da Hapvida em abril de 2018, que captou R$ 3,4 bilhões no mercado.
Com a aquisição da NotreDame, a Hapvida somou nove M&As entre julho de 2020 e fevereiro de 2021, sendo os dois últimos em Minas Gerais, com a compra da operadora de planos de saúde Premium, por R$ 150 milhões e da rede hospitalar Promed, por R$ 1 bilhão.
Pinheiro não descarta novas aquisições nos próximos meses. “A empresa sempre teve sólido crescimento orgânico, mas as aquisições permitiram a entrada em novas regiões. A companhia, portanto, continua com todo o empenho no sentido de aproveitar as oportunidades e fazer aquisições de bons ativos, que podem ser realizados nas cinco regiões brasileiras. Em abril, a Hapvida realizou uma nova oferta de ações (follow-on), levantando mais de R$ 2,7 bilhões em recursos.
Além da consolidação do setor e investimentos em tecnologia, o capital também é direcionado à construção de hospitais em quatro regiões do país e nas operações de combate ao coronavírus. “Tivemos que mudar vários procedimentos, operações, auto estratégia, até elaborarmos indicadores diários que mostravam, estatisticamente, a presença do vírus nas operações da nossa empresa”, explicou o presidente.
Apesar dos desafios, a companhia fechou 2020 com lucro líquido de R$ 785,3 milhões, 7,8% a menos que o de 2019 (R$ 851,8 milhões).
Segundo o levantamento da Economatica realizado a pedido da Forbes – que considera a valorização das ações ajustado por proventos, entre 23 de março de 2020 e 23 de abril de 2021, as ações da Hapvida geraram retorno de 93,64% e da NotreDame Intermédica 107,07%. Para o analista de Research da Ativa Investimentos, Leo Monteiro, o resultado reflete a junção da estrutura verticalizada das empresas, explicando que “as duas companhias estão presentes em toda a cadeia de saúde, desde laboratórios a hospitais e planos médicos.”
A companhia formada pela fusão terá Jorge Pinheiro como CEO. O executivo é filho de Cândido Pinheiro Koren, fundador na década de 1980 da clínica Antônio Prudente, que deu origem à operadora de saúde. “Temos uma ampla e complexa rede própria, que permite eficiência e programas de prevenção, padronização de procedimentos, protocolos e utilização de dados, tudo isso tem sido uma das novas e grandes avenidas de possibilidade para oferecer medicina de altíssimo padrão, mas que também seja acessível”, explica o presidente da empresa.
Com a fusão, que ainda depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da ANS (Agência Nacional de Saúde), os acionistas da Intermédica vão receber R$ 5,2490 por ação, mais R$ 6,45.
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