A Petrobras pretende vender toda a sua participação remanescente na BR Distribuidora ainda este ano, em uma operação que pode render mais de R$ 8 bilhões, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.
O desinvestimento na BR, com potencial de ser um dos maiores do ano, e a política de preços que segue paridade – mas evita repassar volatilidade do mercado de petróleo aos preços internos – estão entre os temas que recebem atenção do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que completou nesta semana um mês à frente da petroleira.
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Na Petrobras, as discussões em andamento apontam para posição favorável a uma venda integral da fatia de 37,5% na maior distribuidora de combustíveis do Brasil, o que confirma que o novo CEO está alinhado com desinvestimentos, segundo as fontes, que falaram na condição de anonimato.
A BR também já tomou conhecimento do interesse da Petrobras, e houve contatos entre Luna e o presidente da distribuidora Wilson Ferreira Jr.
“A intenção é fazer ainda este ano dentro dos ritos necessários. O assunto está em plena discussão. Mas a ideia é vender tudo”, disse uma das fontes.”A Petrobras quer vender tudo e foram encomendados os estudos numéricos com cenários para ser tomada a melhor decisão.”
Análises técnicas em andamento vão embasar junto ao conselho a venda da participação na BR, segundo as fontes, que disseram que estimativas iniciais apontam que a Petrobras poderia faturar ao menos cerca de R$ 8 bilhões com a venda total dos papéis na BR.
Ao final do ano passado, ao divulgar novas informações sobre desinvestimentos, a meta de vendas de ativos da Petrobras aumentou para até US$ 35 bilhões, até 2025, com a inclusão da BR e da petroquímica Braskem no programa.
Preços
De forma discreta, a Petrobras já iniciou uma nova estratégia para o ajuste nos preços dos combustíveis, confirmaram as fontes. No primeiro mês à frente da estatal, o novo presidente indicado por Jair Bolsonaro promoveu apenas uma mudança nos preços dos combustíveis.
No começo de maio, a empresa anunciou uma redução de R$ 0,06 no preço do diesel nas refinarias e de R$ 0,05 centavos no litro da gasolina.
A política de paridade de preços internacionais, que leva em consideração as variações do dólar e o barril de petróleo no mercado internacional, não foi abandonada, de acordo com as fontes. Mas a orientação é evitar o frequente sobe e desce de preços. Tal volatilidade é considerada prejudicial para a imagem da empresa.
“A paridade não está sendo deixada de lado, mas a orientação dada às áreas técnicas é que tentem diferenciar o que é um movimento conjuntural e passageiro do que é estrutural”, disse a primeira fonte. “Para mexer no preço tem que haver uma justificativa estrutural”, complementou.
“Se for uma subida de verdade que veio para ficar, a Petrobras ajusta o preço. Mas se foi algo que vai e vem, não faz. As equipes olham os movimentos todos os dias, mas não vai ficar no sobe e desce… Talvez seja uma forma mais flexível de aplicar a paridade, ou melhor, uma forma menos imediata de aplicar”, concordou a segunda fonte. (Com Reuters)
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