A indústria brasileira encerrou o primeiro trimestre com queda de 2,4% da produção em março em relação ao mês anterior, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Resultado foi pressionado por veículos em um momento de intensificação das medidas de restrição devido ao recrudescimento da pandemia no país.
A leitura divulgada hoje (5) marcou o segundo mês seguido de perdas na indústria, depois de queda de 1,0% em fevereiro, mas foi melhor que a expectativa em pesquisa da Reuters de perda de 3,5%.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
“O resultado predominante negativo tem a ver com a pandemia, restrições de mobilidade, de deslocamentos, de cadeia produtiva, matérias-primas mais caras, além de escassez e redução na demanda doméstica”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo. “A fotografia é de claro arrefecimento de produção”, completou.
Com as perdas de fevereiro e março, o setor industrial voltou ao mesmo patamar de antes da pandemia. Ele está ainda 16,5% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011, mas acumula no ano crescimento de 4,4%.
Em relação a março de 2020, houve alta de 10,5%, contra expectativa de aumento de 7,6%, na taxa mais alta desde junho de 2010 (11,2%) e marcando o sétimo mês de crescimento consecutivo. Esses resultados, entretanto, devem-se à base baixa de comparação já que em março de 2020 a indústria já era afetada pelo isolamento social.
Com esses resultados a produção encerrou o primeiro trimestre com recuo de 0,4% na comparação com os três meses anteriores, depois de dois trimestres positivos, com o setor enfrentando no período arrefecimento da atividade.
Cenário do país
O mês de março foi marcado por uma piora da pandemia de coronavírus, com o país se tornando o epicentro mundial da doença, e consequente aumento das restrições de mobilidade. O cenário para frente continua sendo de crise sanitária, com lentidão na vacinação e impactos sobre a atividade de forma geral, além de desemprego ainda elevado no Brasil e inflação alta.
“No mercado de trabalho ainda tem muita gente desempregada, a inflação subiu e a ausência do auxílio emergencial são fatores que explicam o desaquecimento da demanda doméstica”, disse Macedo.
O IBGE explicou que em março as taxas negativas predominaram entre as atividades industriais pesquisadas, sendo que o maior peso veio da queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, no terceiro resultado negativo seguido.
“Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas”, explicou Macedo.
Entre as grandes categorias econômicas, somente a de Bens Intermediários teve alta, de 0,2%. A maior queda foi registrada pelos Bens de Consumo, de 11,0%, enquanto os Bens de Capital apresentaram perda de 6,9% no mês.
De acordo com a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, o mercado enxerga expansão de 5,03% da indústria neste ano, com alta de 2,0% em 2022. (com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.