A gestora Rio Bravo aumentou o prognóstico para a Selic ao fim de 2021, antecipando altas que ocorreriam ao longo de 2022 por ver persistência de pressões inflacionárias que forçarão o BC (Banco Central) a elevar os juros para 6,25% até dezembro.
A gestora prevê nova alta de 0,75 ponto percentual em junho e elevações de 0,50 ponto em cada uma das quatro reuniões restantes no ano –agosto, setembro, outubro e dezembro.
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A projeção anterior era de Selic de 5,50%, segundo João Leal, economista da casa, que considerou o Copom (Comitê de Política Monetária) “moderadamente mais ‘hawkish’ (duro com a inflação)” no comunicado divulgado na véspera.
No começo de 2022, o Copom fará na visão da gestora um ajuste marginal de 0,25 ponto, levando a Selic a 6,50%, patamar no qual encerrará o ano.
Para o economista, o BC está preparando o terreno, via comunicação, para sinalizar ao mercado que precisará fazer uma normalização monetária total.
No comunicado da véspera, o colegiado do BC disse ser apropriada uma “normalização parcial da taxa de juros”, mas ponderou que “não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”.
“Acho que na próxima reunião ou na de agosto ele retira essa menção de normalização parcial”, afirmou o economista, que vê a estratégia do Copom de fazer um ajuste mais rápido como correta “num primeiro momento”. “Mas não acredito que ela será tão efetiva assim sobre as expectativas de inflação, que mesmo em ritmo mais lento agora vão continuar subindo.”
Leal avalia que, embora temporária, a inflação está relacionada a interrupções causadas pela pandemia e, portanto, pode perdurar. “Há uma pressão das commodities, que aumenta preços de insumos, movimento repassado para o varejo. E o câmbio ainda está desvalorizado. São pressões que vão continuar.”
Sobre a taxa cambial, o economista vê a indicação do Copom dada na véspera como um ponto de suporte ao real, mas mantém estimativa de dólar a R$ 5,40 ao fim de 2021 e 2022. “O fiscal ainda pesa muito, e chegando ao fim do ano teremos mais ruído político.” (Com Reuters)
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