A Suzano anunciou ontem (12) que vai investir R$ 14,7 bilhões para erguer o que chama de maior fábrica de celulose de linha única de eucalipto do mundo, prevista para entrar em operação em Ribas do Rio Pardo (MS) no início de 2024.
A nova unidade terá capacidade para 2,3 milhões de toneladas anuais de celulose. O raio médio da madeira que vai abastecer a unidade será de 60 quilômetros, ante mais de 100 quilômetros de outras unidades da empresa, o que tornará a instalação a mais competitiva da Suzano em custos de produção, afirmaram executivos durante videoconderência.
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“Já compramos a madeira necessária para os primeiros anos de produção. Estamos com programa expressivo de plantio de eucalipto e temos completa tranquilidade sobre abastecimento de madeira”, disse o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka.
Com a nova fábrica, a Suzano, hoje já a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, vai elevar sua capacidade de produção, de 10,9 milhões para 13,2 milhões de toneladas anuais.
Os preparativos para o lançamento da unidade já duravam meses, com a empresa citando necessidade de redução da alavancagem antes de fazer o anúncio do investimento.
Com a futura nova fábrica, o Mato Grosso do Sul, que abriga importantes biomas como o Pantanal e o Cerrado, vai abrigar, além da produção agrícola, quatro grandes instalações de produção de celulose, incluindo duas linhas da própria Suzano e uma da Eldorado Brasil, estas três na região de Três Lagoas. Novos projetos de celulose no Estado estão sendo estudados.
O escoamento da produção da nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo se dará via Porto de Santos. As cidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas são ligadas pela BR-262. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, citou durante a apresentação planos de investimento na infraestrutura ferroviária da região.
O financiamento do projeto, que terá desembolsos até 2024, representa um dos maiores investimentos privados do país, será feito com recursos da própria Suzano sem necessidade de contratação de novos financiamentos, afirmou o vice-presidente financeiro da companhia, Marcelo Bacci.
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“Nossa alavancagem vai cair abaixo de três vezes até o final do ano, que é o limite de nossa política de endividamento. Essa trajetória abre espaço para novos investimentos”, afirmou o executivo. A Suzano terminou março com alavancagem em dólares de 3,8 vezes dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
“O momento é propício”, afirmou Bacci. De fato, em abril, a Suzano elevou os preços de celulose vendida à China para o recorde de US$ 780 a tonelada e aumentou preços cobrados de clientes na Europa e Estados Unidos, citando um mercado com mais demanda que oferta e que ainda enfrenta dificuldades em encontrar contêineres para o transporte da matéria-prima do papel.
Além da Suzano, outras empresas do setor de papel e celulose têm preparado projetos de expansão no país. O anúncio da Suzano nesta quarta-feira ocorreu uma semana após a rival Klabin aprovou investimento adicional de R$ 2,6 bilhões para a ampliação de sua fábrica integrada de celulose e papel no Paraná.
RESULTADO DA SUZANO NO TRIMESTRE
Além do investimento no MS, a Suzano também divulgou ontem (12) que fechou o primeiro trimestre com Ebitda ajustado de R$ 4,86 bilhões, ante R$ 3 bilhões no mesmo período de 2020. Analistas, em média, esperavam Ebitda de R$ 5,07 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
A receita líquida somou R$ 8,9 bilhões, crescimento de 27% sobre um ano antes e de 11% sobre o do quarto trimestre.
Apesar da alta na receita, a produção de celulose recuou 7% na comparação anual e ficou estável na trimestral, a 2,65 milhões de toneladas.
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“O trimestre foi marcado pela recuperação do mercado de celulose, com significativa melhora nos fundamentos, o que favoreceu a continuidade da recuperação de preços sobretudo na China e que gradativamente estarão refletidos nos resultados da companhia”, afirmou a Suzano no balanço, se referindo aos aumentos de preços praticados.
A Suzano afirmou que vendeu celulose a um preço médio de US$ 523 a tonelada no primeiro trimestre, 13% acima do valor praticado um ano antes.
A linha final do balanço foi de prejuízo de líquido de R$ 2,75 bilhões, ante resultado negativo de R$ 13,4 bilhões um ano antes. (Com Reuters)
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