O lucro de R$ 2,7 bilhões da Ambev no primeiro trimestre deste ano, 125,7% acima do valor de R$ 1,2 bilhão reportado no mesmo período de 2020, divulgado nesta semana, mexeu com a fortuna de três dos cinco maiores bilionários brasileiros. Jorge Paulo Lemann, Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da gigante de bebidas, ganharam, juntos, em torno de US$ 1,5 bilhão apenas nos últimos dias. Os ganhos poderiam ser mais expressivos, mas foram limitados pela queda do dólar na semana.
De acordo com a página de Relação com Investidores da Ambev, os bilionários possuem 61,9% de participação acionária na companhia via controlada AB InBEV, isso representa 9,7 bilhões de papéis. Nos últimos cinco pregões, a ação da Ambev valorizou 8,8%, encerrando a sexta-feira (7) a R$ 16,26.
Em seu balanço, a companhia reportou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,3 bilhões, crescimento de 25,9% contra os R$ 4,2 bilhões dos primeiros três meses de 2020.
Em análise, o Credit Suisse apontou que, apesar do bom resultado trimestral, um dos destaques do balanço é o fato de que nenhum guidance foi fornecido ao mercado. “A Ambev reiterou que as margens do Brasil podem continuar pressionadas em 2021 devido a ventos contrários no câmbio e maiores custos de commodities, embora espere vendas melhores para compensar parcialmente”. Outro ponto importante é a confirmação de Michel Doukeris, veterano da empresa que estava à frente dos negócios da América do Norte, como sucessor de Carlos Brito, CEO da companhia no Brasil, a partir de 1º de julho.
Na semana, a valorização do patrimônio dos executivos foi contida pela brusca queda do dólar, que recuou 3,7% nos últimos cinco dias. Segundo o ranking em tempo real da Forbes, que avalia fortunas em dólar, Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do país, tem agora patrimônio líquido de US$ 19,9 bilhões, enquanto Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto Sicupira possuem US$ 13,3 bilhões e US$ 10,2 bilhões, respectivamente. A fortuna dos três, em conjunto, representa um total de US$ 43,4 bilhões.
Marcos Weigh, head de tesouraria do Travelex Bank, avalia que a correção no dólar foi influenciada por fatores como a elevação pelo Banco Central da taxa de juros da economia, para 3,5% ao ano, e pelo fluxo positivo da balança comercial brasileira. “Aos poucos, com essa taxa cada vez mais próxima do neutro, que fica em torno de 6%, a gente torna essas operações de venda de real em operações mais caras. Isso começa a desincentivar a especulação contra o real”, avalia.
O especialista destaca ainda que “nos Estados Unidos, a taxa de juros está em queda, o que é bom para as moedas do mundo todo, inclusive para o real”, comenta. “Vamos nos beneficiar dessa alta liquidez. Espero que o real continue nesse processo de valorização.”
O dólar já recua por seis semanas consecutivas, acumulando queda próxima de 9% no período.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.