Pela quinta vez desde o começo da pandemia de Covid-19, o aumento no preço das ações da fabricante de vacinas Moderna, com sede em Cambridge (Massachusetts), produziu um bilionário.
Depois do CEO da Moderna, Stéphane Bancel, do cofundador, Noubar Afeyan, e dos investidores fundadores, Timothy Springer e Robert Langer, o presidente da fabricante, Stephen Hoge, se tornou o mais recente acionista e executivo da empresa a ingressar no clube de dez dígitos, com uma fortuna estimada em US$ 1,1 bilhão.
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As ações da Moderna acumulam alta de quase 27% desde o mês passado (com base no fechamento de 15 de junho), embora registram queda nos últimos dias após a notícia de que uma vacina rival contra a Covid-19, produzida pela Novavax, demonstrou 90% de eficácia geral contra o vírus, incluindo variantes.
O desempenho das ações nos últimos 30 dias é reflexo da solicitação de uso emergencial ao FDA (Food and Drug Administration, agência federal dos Estados Unidos) para utilização da vacina contra a Covid-19 em adolescentes. A fabricante também aumentou sua previsão para a produção do imunizante em 2021, passando de 800 milhões de doses para 1 bilhão.
O presidente da empresa, Stephen Hoge, 45 anos, ingressou na Moderna em 2012, após dois anos como sócio do setor de saúde da McKinsey em Nova York. Grande parte de sua riqueza está vinculada às suas ações na Moderna. Ele possui 0,4% das ações da empresa de biotecnologia – totalizando valor de US$ 365 milhões – além de cerca de US$ 685 milhões em opções. Um porta-voz da Moderna não respondeu ao pedido de comentários da Forbes.
Assim como seus companheiros acionistas da Moderna, Hoge frequentemente vende parte da sua participação. Entre março de 2020 e abril de 2021, foram registrados US$ 65,5 milhões em vendas de ações da fabricante (sem considerar impostos). Ele também possui uma pequena participação de 0,2% na Axcella Health, uma empresa de biotecnologia focada no uso de novas combinações de moléculas biológicas do corpo humano para tratar doenças complexas, da qual é membro do conselho desde 2014.
Hoge é mestre pela Universidade da Califórnia, em San Francisco, e se formou em neurociência no Amherst College. Ele é o único bilionário criado a partir de ações da Moderna que também é médico.
O executivo passou anos praticando medicina como residente em Nova York, antes de ingressar na McKinsey em 2010. Em seguida, começou a trabalhar na Moderna como vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo, novos conceitos de medicamentos e oncologia em 2012, antes de ser promovido a presidente em 2015.
À frente da companhia, Hoge lidera todos os esforços de pesquisa e desenvolvimento da Moderna e também dirige seu escritório de desenvolvimento clínico, função que o colocou no centro do esforço bem-sucedido da farmacêutica para desenvolver uma vacina contra a Covid-19 no ano passado.
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Hoge liderou a primeira equipe que inseriu as mutações de outro coronavírus, o causador da MERS, na sequência genética do vírus SARS-CoV-2, para criar um pedaço da proteína que poderia ensinar o sistema imunológico a combater a doença.
Ele é apenas o exemplo mais recente de uma onda de mais de 40 novos bilionários que fizeram fortunas com empresas envolvidas na batalha contra a Covid-19. Em uma entrevista para a revista de sua instituição de ensino, ele vinculou o sucesso da Moderna à cultura empreendedora da indústria de biotecnologia.
“Os empreendedores gostam de correr riscos para avançar em novas direções”, disse ele à revista UCSF (Universidade da Califórnia em São Francisco). “Na biotecnologia, muitas vezes construímos pesquisas vindas da academia e tentamos traduzi-las em algo que tenha impacto na saúde humana.”
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