Se existe um ativo que teve um primeiro semestre positivo em 2021, com certeza foi o bitcoin. Em tendência altista, em meados de abril a criptomoeda era negociada próxima a US$ 63.500 no exterior, uma valorização próxima de 1.300% acumulada em 12 meses. Apesar da recente correção nos preços, especialistas acreditam que a moeda digital deve alcançar novas máximas nos próximos anos. Para o CEO da BitcoinTrade, Bernardo Teixeira, o BTC pode chegar aos US$ 100 mil nos próximos dois anos e em US$ 300 mil até 2026.
As projeções do especialista são baseadas em algumas características do bitcoin. “Diferente do papel-moeda, o BTC é uma moeda deflacionária por definição. A sua emissão é 100% programada e reduzida com o passar dos anos, o que a torna cada vez mais escassa.” Segundo o CoinMarketCap, até o momento, existem 18 bilhões de bitcoins em circulação e a cada quatro anos, a emissão de novas moedas digitais é cortada pela metade, processo conhecido como halving, reduzindo assim, a oferta, sem necessariamente impactar a demanda, favorecendo dessa forma uma natural valorização dos preços.
A adoção das criptomoedas entre investidores institucionais e companhias durante a pandemia reforça o contexto de expansão em longo prazo para o mercado de criptomoedas. Um estudo da gestora britânica Nickel divulgado na última terça-feira (15) aponta que 19 empresas listadas em bolsas de valores ao redor do mundo já possuem capital alocado em bitcoin, totalizando US$ 6,5 bilhões na moeda digital.
As polêmicas envolvendo as criptomoedas – como a pegada de carbono na mineração do bitcoin e o uso de criptos para o pagamento de ataques hackers – seguem no radar de investidores e reguladores ao redor do mundo, mas é nas redes sociais que os tópicos ganham maior repercussão e impactam os preços dos ativos.
“O bilionário [Elon Musk] teve uma forte influência porque os novos investidores de bitcoin não conheciam – e nem conhecem – o mercado como um todo e acabaram entrando no fluxo das informações divulgadas pelo CEO em seu Twitter, que também não possui entendimento suficiente sobre a cripto”, avalia Tatiana Revoredo, especialista em blockchain e professora do Insper (Insper Instituto de Ensino e Pesquisa). Quando em maio deste ano o CEO afirmou que a Tesla deixaria de aceitar o bitcoin como meio de pagamento em função da forte demanda de energia para sua mineração, os preços caíram cerca de US$ 20 mil no intervalo de uma semana.
Em levantamento realizado a pedido da Forbes, a especialista do Insper aponta que nos últimos 10 anos, o bitcoin registrou valorização acumulada de 6.271.233%.
A tendência de correção nos preços do bitcoin, iniciada após os comentários de Musk, são movimentos naturais e saudáveis para o mercado, pondera Teixeira. “Assim como qualquer ativo, após uma forte alta, existem as correções. Diversos investidores, que entraram no mercado no ano passado, começaram a realizar seus lucros, aumentando a oferta de bitcoins à venda. A tendência segue extremamente positiva, e o BTC no momento passa por uma fase de acumulação necessária para que novos movimentos de alta sejam iniciados”, explica.
Os próximos meses devem trazer ainda novos capítulos na adoção por empresas e investidores institucionais, bem como avanço das políticas do Conselho do Estado da China que buscam regular as atividades de negociação e mineração das criptomoedas. Para os especialistas, a recomendação aos investidores é estudar as características das criptos, funcionamento do mercado e pensar nas moedas digitais como estratégia de longo prazo para o portfólio de investimentos.
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