A rivalidade familiar entre os membros da reservada família bilionária Barclay, do Reino Unido, chegou perto do fim ontem (4), com Sir Frederick Barclay resolvendo uma desagradável disputa de sucessão com os filhos de seu irmão gêmeo idêntico, Sir David, que faleceu em janeiro.
Os herdeiros de David – Alistair, Aidan, Howard e o filho de Aidan, Andrew Barclay, os quais passaram a supervisionar o império de negócios estimado em US$ 4 bilhões, que inclui o jornal “The Daily Telegraph” e a varejista Very – foram forçados a se desculpar com seu tio Frederick em junho de 2020, após admitirem ter grampeado suas conversas no Hotel Ritz da família em Londres no início daquele ano.
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Frederick já retirou um processo do Tribunal Superior contra seus sobrinhos e, em uma declaração conjunta, a família Barclay afirmou nesta sexta-feira: “Estamos satisfeitos que, como uma família, podemos deixar este período difícil para trás e agora olhar para o nosso futuro juntos”.
A declaração prosseguiu: “Nestes tempos difíceis, a união familiar é mais importante do que nunca. Agradecemos a todos aqueles que nos ajudaram a resolver esse problema”.
Em 2020, a Forbes estimou que Frederick e David, ex-pintores e decoradores, possuíam, juntos, US$ 4 bilhões. Quando 75% da fortuna da família passou para os herdeiros de David após sua morte, nenhum membro da família Barclay atingiu o limite de US$ 1 bilhão.
O COLAPSO DOS BARCLAYS
Os Barclays, uma família que manteve os detalhes de sua notável ascensão em segredo, surgiram nas páginas da imprensa financeira em fevereiro de 2020 depois que foi revelado um sistema de gravação secreta, plantado no plugue do conservatório do Hotel Ritz por Alistair Barclay, que capturou Frederick Barclay discutindo a venda do hotel.
Frederick e sua filha Amanda alegaram violação de confiança, uso indevido de informações privadas e violação de direitos de proteção de dados no tribunal do Reino Unido. Essas acusações já foram resolvidas.
Em junho de 2020, os herdeiros de David divulgaram uma declaração de defesa admitindo a escuta e reconhecendo que as gravações “foram feitas e discutidas”, mas negaram qualquer conspiração “para prejudicar os negócios ou interesses financeiros de Frederick ou Amanda”, acrescentando que as ações “foram resultado de sérias preocupações sobre a conduta de Frederick” que eram “necessárias e razoáveis” para proteger “interesses comerciais de potenciais danos”.
Na declaração, os filhos de David disseram que “lamentam qualquer sofrimento causado”. Contudo, como acontece com todos os melodramas de sucessão, acrescentaram: “Nossa intenção sempre foi agir no melhor interesse de toda a família”.
A venda do Ritz – para o catariano Abdulhadi Mana Al-Hajri, de acordo com documentos disponíveis no registro da agência governamental Companies House of United Kingdom (Casa das Empresas do Reino Unido, em tradução livre) -, em abril de 2020, tornou-se um campo de batalha pelo controle da fortuna da família, que foi dividida em 25% a 75% em favor dos herdeiros de David.
Após perder a influência sobre a venda do Ritz, Frederick e Amanda ficaram “espantados” por terem vendido o hotel sem conhecimento ou consentimento deles, de acordo com uma fonte interna. Acreditando que eles tinham ofertas maiores na mesa, um confidente de Frederick descreveu o negócio para a Forbes como “desconcertante”.
No entanto, Frederick – que recentemente pagou um acordo de divórcio divulgado no valor de US$ 140 milhões – parece ter feito as pazes com seus sobrinhos agora, dado o novo declaração da família.
Frederick, o sobrevivente Barclay, disse à Forbes no dia da morte de seu irmão gêmeo: “Foi uma grande jornada, em tudo o que fizemos: o bom, o ruim, o feio. . . experimentamos isso desde quando fomos expulsos para fora de nossas camas em Coventry até os negócios que fizemos, e os que não fizemos”.
“Fomos gêmeos do começo ao fim. Ele era a mão direita à minha esquerda e eu era a sua mão esquerda à sua direita. Nós nos encontraremos de novo.”
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