As próximas semanas serão extremamente importantes para determinar se o dólar seguirá a trajetória de queda ante o real, conforme analistas consultados pela Forbes. As reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, ambas realizadas nas próximas terça-feira (15) e quarta-feira (16), podem dar o tom da tendência do dólar para o fim do ano, que ainda não rompeu a barreira dos R$ 5,00.
Conforme o último Relatório Focus do Banco Central brasileiro, divulgado nesta segunda-feira (7), as medianas das projeções de economistas apontam para o dólar em R$ 5,30 ao fim de 2021, mantendo-se o mesmo nível da expectativa para o fim de 2022.
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Já o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, tem uma análise mais otimista para o câmbio, projetando a divisa norte-americana a R$ 4,90 dentro de poucas semanas. Oliveira defende que a “clara tendência de apreciação do real” deve continuar, motivada por fatores domésticos, como a alta na taxa básica de juros, a Selic, e externos, como a fraqueza global do dólar.
Oliveira, porém, pontua que a moeda brasileira continua “bastante depreciada em termos reais”. “ Para o restante do ano, sobretudo o quarto trimestre, é provável alguma acomodação das cotações em termos reais por conta de uma provável mudança no tom do discurso do Federal Reserve.”
Para a próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária do Banco Central), a expectativa é de que o juro seja elevado em 0,75 pontos-base, para 4,25% ao ano. O economista do Fibra defende que, com a expectativa de alta da Selic e de manutenção do juro norte-americano Fed Funds no intervalo entre 0% e 0,25%, “o diferencial de juros continuará ‘ajudando’ para a valorização do real brasileiro”.
O especialista em investimentos da Warren, Fabrício Brandão, pondera que “ainda é muito cedo para discutir um piso para o dólar, pois há uma barreira importante em R$ 5,00 que precisa ser rompida”.
“Os eventos das próximas semanas poderão nos dar uma indicação mais clara para uma eventual projeção de piso. Ainda para a trajetória da moeda em 2021, mudanças de política monetária no Brasil e mundo poderão reforçar a disposição de queda, mas neste momento tudo indica uma tendência de queda continuada para o dólar.”
Para ele, caso o BC sinalize mais uma alta da Selic, para conter pressões inflacionárias, o Brasil se torna um atrativo ainda maior para entrada de capital estrangeiro, que busca “alternativas de investimentos de risco pelo mundo neste momento”.
Brandão também chama atenção para a inflação global. “Há uma circunstância importante de se destacar, a sinalização de uma inflação maior mundial e principalmente nos EUA, pode mudar este cenário, e isso foi um dos fatores que trouxe um arrefecimento na velocidade de queda do dólar frente ao real nestes últimos dias.”
Tulio Portella, diretor comercial da B&T Corretora, também acredita que com as decisões de juros da próxima semana e trajetória de inflação nos EUA, o cenário é favorável para o dólar romper a barreira dos R$ 5,00. A estabilização dos casos de Covid no mundo, e a consequente retomada das atividades, também favorece para o cenário de valorização do real, conforme Portella. Ao longo deste ano, para ele, ainda é possível que o câmbio se aproxime dos R$ 4,80.
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