Embora a normalização do consumo – impulsionada pela vacinação – deva beneficiar amplamente diferentes setores da economia durante a reabertura, algumas mudanças, como a ascensão das práticas ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), vieram para ficar e devem ditar o ritmo de crescimento dos negócios no Brasil e no mundo. Essa é a análise de Eduardo Melzer, sócio da EB Capital, que observou na pandemia uma aceleração no tom de exigência dos consumidores sobre companhias que se importem com um propósito social. Para ele, essas empresas, se sairão melhor tanto nessa retomada, quanto nos próximos anos.
“As companhias mais aderentes a conceitos contemporâneos de governança e sustentabilidade tendem a ter um futuro mais promissor. A empresa deve sim pensar no lucro, ele é libertador e não deve ser negligenciado, mas não é só sobre lucro. Existem compromissos sociais fundamentais e que as empresas devem incorporar no seu DNA. Tenho convicção que isso veio para ficar e foi acelerado fortemente na pandemia. Os consumidores estão mais atentos e mais críticos quanto a isso”, avalia o executivo.
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Melzer é sócio e gestor da EB Capital, focada em investimentos alternativos e oferece oportunidades de aportes em projetos voltados à transformação do país e sociedade. Com mais de R$ 3 bilhões em ativos sob gestão, a rentabilidade média histórica oferecida pelos produtos de equity aos investidores é de 25% ao ano. Entre os sócios da gestora estão Luciana Antonini Ribeiro, Fernando Iunes e o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Melzer traça um paralelo entre o momento atual e o início da internet, há cerca de 25 anos, quando as empresas iniciavam processo de digitalização e tentavam entender como trabalhar com isso. Ele defende que seguir padrões ESG e a defesa de um propósito social maior é como uma nova tecnologia.
“O retorno elevado vem de um propósito maior. É sobre a busca de um retorno maior ao gerar um propósito. O verde é a nova tecnologia, a sustentabilidade, e empresas que pensam na retomada social e ambiental representam a nova tecnologia. O consumidor tende a consumir mais quando vê que a companhia resolve um problema da sociedade. Há mais aptidão, mais vontade de consumir dali.”
Vacinas para a retomada
Apesar do Brasil ter adotado medidas mais brandas de distanciamento social na comparação com outras economias, as mudanças levaram ao afastamento da população da normalidade – o que, de acordo com Melzer, só será retomada com a imunização.
“Se conseguirmos até setembro ou outubro o patamar de pelo menos 60% da população vacinada, eu começo a enxergar uma retomada da vida normal. Teremos menos vírus circulando, menos mortes, menos infecções”, defende Melzer em entrevista à Forbes.
“A retomada tem mais a ver com a capacidade de vacinação do que com os fechamentos, e por isso entendo que retomada das atividades por aqui pode ser no mesmo padrão dos EUA. A questão é que as pessoas não devem questionar a atitude de tomar a vacina. É ela que vai trazer o emprego de volta”, afirma.
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