O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje (20), em entrevista à Rádio Itatiaia, que pode vetar o projeto de reforma se houver aumento da carga tributária. “Houve um exagero por parte da Economia na reforma tributária, já está sendo acertado com o relator. Realmente a Receita (Federal), no meu entender, como é muito conservadora, foi com muita sede ao pote”, disse.
“Eu falei, mesmo sendo projeto meu, se passar no Congresso e chegar para mim, aumentando a carga tributária, eu veto”, acrescentou. “O Paulo Guedes sabe do assunto, obviamente, ele é o nosso Posto Ipiranga, também trabalha para que, no final das contas, não se aumente a carga tributária no Brasil”, concluiu.
Bolsa Família
Na entrevista, o presidente disse que o novo Bolsa Família terá valor médio de R$ 300, acima dos R$ 250 previsto inicialmente pela equipe econômica.
De acordo com Bolsonaro, o novo valor será pago a partir de novembro deste ano, como era esperado. Atualmente o valor médio pago aos beneficiários está em R$ 192. O reajuste seria de pouco mais de 50%.
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“O que pretendemos fazer: fixar no mínimo em R$ 300 o novo Bolsa Família a partir de novembro. Então vai ser um aumento de mais de 50%. É pouco, sei que é pouco. Mas é o que a nação pode dar”, disse o presidente.
Embora não deixe claro, o valor a que Bolsonaro se refere é, na verdade, o médio, e não o mínimo a ser pago às famílias. Como o valor do benefício é variável – a depender do número de filhos, idades, etc – a média hoje é de R$ 192. O valor mínimo hoje por família é de R$ 89. Um reajuste no valor mínimo seria de quase 240%, e não de cerca de 50%, como informou o presidente.
Na entrevista, Bolsonaro disse que o governo está prevendo atender 22 milhões de pessoas a partir de dezembro, possivelmente se referindo a famílias, como são contados os beneficiários do programa. Mas não há ainda nas contas do governo a previsão para essa ampliação.
Esta semana, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, falou em um custo de R$ 50 bilhões para pagar o novo Bolsa Família, o que seria insuficiente para atender 22 milhões de famílias com benefício médio de R$ 300.
O governo, no entanto, ainda não tem a previsão do total de recursos necessários previstos por Guedes. Parte viria da reformulação do Imposto de Renda incluída no envio da reforma tributária, que ainda está sendo discutida no Congresso. (com Reuters)
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