O Ibovespa fechou hoje em queda de 1,24%, a 124.394 pontos, após uma sessão marcada pela aversão a riscos global frente à disseminação da variante Delta do coronavírus, que coloca em dúvida a retomada econômica e já leva muitos países a readotar medidas restritivas para conter a doença.
A Bolsa brasileira também sofreu hoje com a queda dos preços das commodities, em especial do petróleo, que recuou 6,7%, a US$ 68,62 no barril do Brent. A desvalorização veio após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) superar divergências internas e fechar um acordo para aumentar a produção global, gerando temores de um excesso de oferta da commodity em momento em que a recuperação econômica parece incerta. As ações da Petrobras (PETR4 e PETR3) caíram na sessão 1,65% e 1,18%, respectivamente.
LEIA MAIS: Duolingo mira avaliação de US$ 3,4 bilhões em IPO nos EUA
Nos Estados Unidos, os principais índices registraram recuos de quase 2% – e todos os 11 setores do S&P 500 tiveram baixas no pregão. Os papéis mais impactados foram os de companhias que podem ter sua atividade prejudicada pelas medidas de combate à Covid-19, principalmente companhias aéreas e varejistas. O número de casos da doença aumentou quase 70% em uma semana, segundo dados divulgados na sexta-feira (16).
O Dow Jones caiu 2,09%, a 33.962 pontos. O S&P 500 teve baixa de 1,59%, a 4.258 pontos. O Nasdaq recuou 1,06%, a 14.274 pontos.
Na visão do diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, além das preocupações com a pandemia, os mercados refletem o medo global de uma inflação que permanece alta e um crescimento que não é tão certo com fim de auxílios em todo o mundo.
O dólar reagiu ao movimento de cautela dos mercados e registrou a maior valorização diária em dez meses, avançando 2,65%, a R$ 5,2501 na venda.
“Embora continuemos esperando que o dólar passe a cair nos próximos meses, a incerteza de curto prazo em torno do crescimento global e das perspectivas da política monetária pesa contra novas vendas por enquanto”, afirmam estrategistas do Goldman Sachs em nota.
O desempenho do real foi particularmente mais fraco frente aos pares emergentes, com a moeda liderando as perdas globais no dia. O sol peruano – que tem sofrido com instabilidade política – era o vice-lanterna, mas com queda bem menor, de cerca de 1,4%. O dólar subiu hoje ante 31 moedas, numa lista de 33 pares. O real segue como a moeda emergente relevante mais volátil, superando até mesmo a lira turca.
As ações europeias fecharam em queda de mais de 2% e tiveram sua pior sessão em nove meses nesta segunda, também em reação ao cenário da pandemia. Papéis vinculados a commodities, bancos e viagens tiveram baixas de mais de 3%. Estendendo as perdas da semana passada, o índice pan-europeu STOXX 600 caiu 2,3%, com todos os setores no vermelho.
“Os investidores estão extremamente preocupados (com o risco) de que outro lockdown possa ocorrer em um ou dois meses”, disse Russ Mold, diretor de investimentos da AJ Bell. “A Covid está se espalhando rapidamente de novo, e companhias aéreas, restaurantes e empresas de lazer podem não ter o forte movimento de verão que tanto esperavam.”
No Reino Unido, os novos casos de Covid-19 aumentaram para 48.161 no domingo, enquanto na França um ministro disse que a reimposição de medidas de toque de recolher não pode ser excluída se as infecções continuarem a aumentar. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.