Após encerrar o ano passado com a abertura de 14 novas lojas (e o fechamento de duas), a rede mineira de livrarias Leitura – a maior rede em unidades físicas do país – mira o fim deste ano com o total de 92 lojas no país e um crescimento que deve ficar entre 20% e 25% em relação a 2020. A expectativa é vender 6 milhões de livros. A rede é fruto da história de uma família de 15 irmãos, originária da zona rural do pequeno município de Dores do Indaiá (MG).
A seguir, entrevista com Marcus Teles, sócio-presidente da Livraria Leitura.
Forbes: Qual é a maior unidade no Brasil e quantos livros a rede possui?
Marcus Teles: Com a abertura da unidade de Uberlândia (MG), no início de abril totalizamos 83 lojas. A maior loja é a do Shopping RioMar, em Fortaleza (CE), com quase 2 mil metros quadrados. Na Leitura, temos mais de 300 mil títulos de livros, considerando edições esgotadas no mercado.
F: Como explica a rede crescer em 2020 mesmo com o cenário adverso?
MT: Apesar da crise, a Leitura cresceu pois já vínhamos em uma curva ascendente nos últimos anos. A este fato se juntou a oportunidade oferecida pelo mercado com a saída de dois grandes players [Cultura e Saraiva] do setor.
F: Quais são as próximas cidades que devem receber a Livraria Leitura?
MT: Vamos inaugurar em abril as lojas do Shopping Barra Sul, em Porto Alegre (RS), e no Shopping Grande Rio, em São João do Meriti (RJ). Em maio, vamos ao Shopping Interlagos, em São Paulo (SP), e Shopping Tijuca, no Rio (RJ). Para junho, mais duas: Shopping Caruaru North, em Caruaru (PE), e Shopping Jardim Sul, em São Paulo (SP). Em julho, estaremos no Shopping RioMar, em Recife (PE), e Rio Sul, no Rio.
F: Como a pandemia alterou os hábitos de leitura do brasileiro?
MT: As pessoas passaram a ler mais livros em casa. As vendas online cresceram mais de dez vezes e passamos a oferecer facilidades como vendas por delivery, WhatsApp e mídias sociais.
F: Quais são os gêneros mais vendidos?
MT: Já tivemos épocas na qual livros religiosos eram os best sellers; em outros momentos, foram os influenciadores digitais. Agora, os mais vendidos são os clássicos, HQs e os que fizeram sucesso em séries de TV, como “The Witcher”.
F: Como nasceu a Livraria Leitura, em 1967?
MT: Vindos de Dores do Indaiá, meu irmão Emídio junto com o primo Lúcio abriram a primeira loja com o nome de Livraria Lê. Tinha cerca de 40 metros quadrados e ficava na Galeria do Ouvidor, centro de BH.
F: Quais foram as principais dificuldades no início e agora?
MT: No início, foi abrir uma livraria sem capital e com livros usados. Hoje, as maiores dificuldades estão ligadas à pandemia e à concorrência desleal de sites multinacionais que chegam a vender livros abaixo do preço de custo.
Reportagem publicada na edição 86, lançada em abril de 2021
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