O mercado de US$ 22 trilhões de Treasuries pode receber um choque de realidade do Fed (Federal Reserve) nesta semana depois da queda nos juros que contrariou expectativas de rendimentos mais altos este ano conforme a economia se recupera da pandemia de Covid-19.
Os rendimentos, que se movimentam de forma inversa aos preços, estão em tendência de baixa desde a última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) em junho. Inicialmente o mercado sentiu o Fed um pouco hawkish, uma vez que as autoridades projetaram na semana passada um cronograma acelerado para as altas de juros e abriu discussões sobre encerrar as compras de títulos da época de crise diante de um cenário de alta da inflação.
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Mas o rendimento do referencial de 10 anos, que chegou a subir a 1,776% no final de março, caiu para o menor nível desde fevereiro na última terça-feira (20), a 1,1280%. Com o rendimento do título de 30 anos, ele foi negociado na sexta-feira (23) cerca de 30 pontos básicos abaixo de onde estava pouco depois da reunião.
A curva de rendimento também se achatou desde então, com a diferença entre as notas de dois e dez anos diminuindo para o menor nível desde fevereiro.
O Fomc se reúne na amanhã (27) e na quarta-feira (28). George Gonçalves, chefe de estratégia macro para os EUA no MUFG, disse que o banco central precisa lutar contra mercado e manter uma perspectiva otimista que mostre que a economia tem um “caminho decente” e que o banco central ainda pretende reduzir suas compras mensais de títulos de US$ 120 bilhões.
Estrategistas do Morgan Stanley também acreditam que a reunião pode ser um importante catalisador para elevar os rendimentos. “Uma avaliação otimista da economia pelo Fed e discussões contínuas de redução pode soar ‘hawkish’ para o mercado”, escreveram eles em relatório na última quinta-feira (22).
Eles destacaram que a reação do mercado desde o encontro de junho deveu-se a fatores financeiros como a saída de apostas de que a curva de rendimentos se inclinaria e ajustes de posições, exacerbados por preocupações com a variante Delta do coronavírus e desaceleração do crescimento econômico. (com Reuters)
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