Neste mês, Louis Vuitton completaria 200 anos. Estamos falando do homem Louis Vuitton – não da empresa. Nascido em Jura, na França, em 1821, o designer abriu sua primeira loja em 1854, focada – até então – em malas de viagem personalizadas.
Hoje, a companhia Louis Vuitton, também conhecida como LV, é a marca de luxo mais valiosa do mundo, segundo o Grupo Kantar. Usando uma metodologia própria, que inclui não apenas dados financeiros corporativos, mas também pesquisas de consumo, a empresa de análise de dados avaliou a marca em US$ 75 bilhões em 2020. Isso é quase US$ 30 bilhões a mais do que a segunda principal marca de luxo no segmento, a Chanel, que foi avaliada em US$ 47 bilhões.
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A LV é agora propriedade da LVMH Moet Hennessey Louis Vuitton, um conglomerado de alto luxo que controla cerca de 75 marcas, incluindo Christian Dior, TAG Heuer e Bulgari. Sua aquisição mais recente, a varejista de joias norte-americana Tiffany, foi concluída em janeiro.
Balanço financeiro da LVMH
O conglomerado com sede em Paris acaba de registrar uma receita recorde no primeiro semestre do ano, gerando notáveis € 28,7 bilhões (US$ 34 bilhões), uma alta de 56% em relação ao mesmo período de 2020, e um crescimento de 14% contra 2019.
O setor que mais cresceu em vendas foi o de moda com artigos de couro, do qual a LV faz parte. A demanda atual por produtos LV é tão alta que os consumidores muitas vezes precisam entrar em uma lista de espera.
Esse segmento gerou receita recorde de € 13,8 bilhões (US$ 16,4 bilhões) nos primeiros seis meses deste ano, com aumento de 81% em relação a 2020 e de 38% na comparação com 2019. Já o lucro dessas vendas foi de € 5,6 bilhões (US$ 6,7 bilhões), também um novo recorde para a LVMH.
As vendas têm sido excepcionalmente fortes à medida que as economias são gradualmente reabertas, com consumidores de luxo ávidos por gastar o dinheiro que economizaram durante os meses de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19.
A grande dúvida que os investidores podem ter é: se os bons frutos continuarão no futuro ou se trata-se de algo pontual e chegamos a um ponto de inflexão?
Um dos pontos a favor dos negócios do grupo é que o poder de compra dos consumidores continuou a se expandir, principalmente com o aumento no número de milionários.
Milionários agora representam 1% da população global
Com a forte valorização do mercado de ações e taxas de juros próximas a zero, a pandemia não desacelerou a criação de capital para muitas pessoas. Pela primeira vez, mais de 1% da população global pode ser considerada milionária (em dólares).
Só em 2020, as dez principais economias tiveram a adição de 5,2 milhões de novos milionários, de acordo com o Credit Suisse, elevando para 56,1 milhões o número de pessoas com mais de US$ 1 milhão em patrimônio, o maior já registrado.
Segundo levantamento do Credit Suisse, em todas as dez principais economias do mundo (o Brasil não faz parte), o número de milionários aumentou entre 2019 e 2020: os EUA adicionaram o maior número de milionários (1,7 milhão), seguidos pela Alemanha (633 mil) e Austrália (392 mil).
Mas não foi apenas esse 1% do topo que expandiu seu poder de compra. Ajustado pela inflação, a renda pessoal disponível nos Estados Unidos em 2019 foi em média de US$ 14.882, o maior já registrado até aquele ponto. É considerada como renda disponível é o que alguém tem para gastar após a dedução do imposto de renda.
Esse número disparou novamente em 2020, para US$ 15.770, mas o aumento foi provavelmente resultado dos estímulos contra a crise que atingiram as contas bancárias dos norte-americanos. Muitas das famílias em quarentena guardaram o dinheiro porque não podiam sair para comer fora ou para entretenimento.
O Índice de Confiança do Consumidor norte-americano, que mede o quanto os consumidores no país estão otimistas em relação às suas finanças pessoais, subiu em julho para 129,1, na maior leitura desde fevereiro do ano passado. Todo esse contexto pode beneficiar as vendas de luxo ao redor do mundo.
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