O Ibovespa opera em queda no início do pregão de hoje (9), recuando 0,30%, a 122.446 pontos, por volta das 10h11, no horário de Brasília. Os investidores domésticos acompanham nesta segunda-feira a entrega ao Congresso da PEC dos Precatórios e da Medida Provisória do Auxílio Brasil, bem como as projeções econômicas do Boletim Focus. No exterior, as atenções estão concentradas na desaceleração da economia chinesa e na política monetária dos Estados Unidos.
O levantamento semanal do Boletim Focus elevou a perspectiva da taxa básica de juros a 7,25% ao final de 2021 e 2022, após o Banco Central acelerar o ritmo de aperto monetário e indicar que deve repetir a dose devido às pressões inflacionárias. Na última semana, os economistas ouvidos pela pesquisa viam a Selic a 7,0% em ambos os anos.
A pesquisa também apontou novo aumento nas expectativas de inflação, com a alta do IPCA calculada agora em 6,88% em 2021 e 3,84% em 2022, ante 6,79% e 3,81%, respectivamente, na semana anterior. Para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa de crescimento permaneceu em 5,30% este ano e caiu 0,05 ponto-percentual para 2022, a 2,05%. Com relação à taxa de câmbio, o mercado mantém o dólar cotado a R$ 5,10 para o fim do ano.
Já o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) avançou 1,45% em julho, após subir 0,11% em junho, com os preços de commodities afetadas por geadas e secas aquecendo a inflação ao produtor, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta quarta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de ganho de 1,40%. Com o resultado, o índice acumula agora avanço de 33,35% nos últimos 12 meses.
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Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro deve levar ainda nesta manhã ao Congresso a PEC dos Precatórios e a MP do Auxílio Brasil, novo programa de transferência de renda que deve substituir o Bolsa Família. Além disso, a expectativa é de que a reforma tributária seja votada ainda nesta semana, após a aprovação do pedido de urgência requerido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O dólar é negociado em alta contra o real em dia de cautela no exterior, embora o aperto monetário pelo Banco Central oferecesse algum apoio à moeda brasileira. Às 10h11, a divisa norte-americana era negociada em alta de 0,30%, a R$ 5,2675.
Os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura em queda, conforme os investidores se voltam para o Federal Reserve após os dados do relatório de emprego, divulgado na última sexta-feira (6). As informações do documento são consideradas essenciais para o rumo da política monetária do país nos próximos meses.
Para Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, os resultados elevam preocupações sobre a falta de insumos (no caso, também de trabalhadores) para a retomada econômica, e “fortalece o movimento em direção à redução de estímulos (o famoso tapering) e elevação de juros por parte do Fed, cujos representantes falam ainda nesta semana.”
Além disso, o Senado dos EUA se aproxima de finalizar um projeto de gastos de US$ 1 trilhão em infraestrutura, com uma votação sobre a aprovação do acordo bipartidário prevista para, possivelmente, amanhã (10).
Os índices europeus operam sem direção definida, conforme a temporada de lucros corporativos se encerra. O Stoxx 600 ganha 0,03%; o CAC 40 desvaloriza 0,08% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,28%; enquanto no Reino Unido, o FTSE 100 recua 0,28%; e na Alemanha, o DAX cai 0,12%.
As Bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, com investidores atentos à situação da Covid-19 em toda a região. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,40%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,23%; e no Japão, o índice Nikkei valorizou 0,33%.
Enquanto isso, na China, o Shanghai Composite fechou em alta de 1,05%, após o índice de preços ao produtor subir 9,0% em julho na comparação anual, conforme a Agência Nacional de Estatísticas, resultado que veio acima do avanço de 8,8% calculado em pesquisa da Reuters. Na comparação mensal, o índice avançou 0,5%, acelerando ante a alta de 0,3% em junho.
Já a inflação ao consumidor subiu 1,0% em julho sobre o ano anterior, contra alta de 1,1% em junho e abaixo da meta do governo chinês, de cerca de 3% para este ano. Na comparação mensal, os preços ao consumidor subiram 0,3%, contra expectativa de alta de 0,2% e recuo de 0,4% em junho.
Enquanto isso, as exportações do país aumentaram 19,3% em relação ao ano anterior, desacelerando ante o ganho de 32,2% em junho e contra uma previsão do mercado de alta de 20,8%, informou a Reuters. As importações aumentaram 28,1% na comparação anual, menos do que a previsão do mercado de um aumento de 33%.
Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, conta que os dados do país mostraram um arrefecimento do crescimento chinês neste momento, provocado devido à segunda maior economia do mundo entrar em um novo ciclo de contaminação de Covid-19. “Esse arrefecimento chinês é uma preocupação dos investidores, e alguns bancos já revisaram o crescimento do país no trimestre para baixo, e isso vem derrubando principalmente as commodities.”
Os contratos futuros do minério de ferro negociados em Dalian e Singapura despencaram nesta segunda-feira, ampliando as perdas da semana passada, pressionados por perspectivas de aumento de oferta e enfraquecimento da demanda chinesa. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em janeiro de 2022, fechou em queda de 4,4%, a 852,50 iuanes (US$ 131,67) por tonelada.
Já os preços do petróleo operam em queda, estendendo as perdas acentuadas da semana passada, frente ao aumento do dólar norte-americano e às preocupações de que novas restrições relacionadas ao coronavírus na Ásia possam desacelerar a recuperação global na demanda por combustível. O alerta das Nações Unidas sobre a mudança climática também contribuiu para o clima negativo, após incêndios na Grécia e inundações em partes da Europa.
Por volta das 9h50, o petróleo Brent recuava 3,47%, para US$ 68,25 por barril, enquanto o WTI perdia 3,62%, para negociação a US$ 65,81 por barril. (com Reuters)
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