O Ibovespa opera em alta na abertura do pregão de hoje (27), ganhando 0,40%, a 119.196 pontos perto das 10h10, horário de Brasília, repercutindo indicadores econômicos e o aumento no preço da energia, enquanto os mercados globais aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve sobre a política monetária dos Estados Unidos.
Nos indicadores, o ICI (Índice de Confiança da Indústria) perdeu 1,4 ponto em agosto, a 107 pontos, sua primeira queda desde abril deste ano. Gargalos na oferta, preços mais altos de energia e incertezas relacionadas à variante Delta da Covid-19 foram fatores que afetaram a percepção dos empresários sobre o momento atual, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Já o IPP (Índice de Preços ao Produtor) subiu 1,94% em julho, na comparação mensal, a maior variação dos últimos três meses, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) hoje. O acumulado no ano atingiu 21,39%, recorde em toda a série histórica, iniciada em dezembro de 2014. No acumulado de 12 meses, a inflação ao produtor registra alta de 35,08%.
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O Banco Central também divulgou que o saldo total de crédito no SFN (Sistema Financeiro Nacional) cresceu 1,2% em julho e chegou a R$ 4,3 trilhões. Em 12 meses, a alta foi de 16,2%. Enquanto as concessões totais de crédito, dessazonalizadas, somaram R$ 418,4 bilhões em julho, com alta de 3,8% no mês.
Os investidores ainda aguardam a definição da nova bandeira tarifária divulgada hoje pela Aneel, que irá vigorar em setembro. Segundo especialistas à Folha de São Paulo, a bandeira 2 vermelha terá que dobrar de valor para cobrir a alta nos custos de geração de energia, o que resultará em uma conta de luz 15,2% mais cara no próximo mês.
O dólar é negociado em queda contra o real nesta sexta-feira, com os investidores em compasso de espera pelo discurso de Jerome Powell. Às 10h10, a moeda recuando 0,34%, a R$ 5,2387.
Os índices dos EUA ensaiam abertura em alta, após dados do PCE (Índice de Gastos Pessoais), enquanto operam em compasso de espera pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Fed.
Segundo o Departamento do Comércio o indicador da inflação cresceu 0,4% em julho ante o mês anterior, enquanto o aumento na base anual foi de 2,4%. Já o Núcleo do PCE, que exclui alimentação e combustíveis, cresceu 0,3% na comparação mensal, e 3,6% na anual, ambos em linha com as expectativas do mercado.
Além disso, às 11h00, Powell fará um discurso em Jackson Hole, onde o banco central norte-americano realiza um simpósio desde ontem (26). O anúncio será importante para o futuro da política monetária no país, pois trará novas informações sobre a perspectiva de redução de estímulos monetários na economia para este ano.
Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos, explica que esses estímulos econômicos vêm de operações no mercado de capitais, nas quais o governo compra títulos públicos. “Quando há compra, o governo entrega dinheiro e provoca essa aceleração de economia através de uma injeção de liquidez, então há uma injeção de dinheiro contínua, mas o Fed deve diminuir essa injeção de dinheiro, porque a inflação já está começando a apertar um pouco mais do que o que é saudável”
Pablo Spyer, economista-sócio da XP Investimentos, conta que a maioria dos investidores não espera nenhuma surpresa, mas todo mundo quer confirmar as expectativas. “Todo mundo quer saber como ele vai equilibrar dois riscos opostos, se por um lado a inflação está disparando com a economia retomando, por outro a escalada da variante Delta está crescendo nos EUA e no mundo inteiro.”
O Afeganistão também voltou a despontar no radar global nesta manhã, depois do Pentágono confirmar ontem (26) que as explosões perto do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, no Afeganistão, mataram 13 militares norte-americanos, além de dezenas de afegãos. A Inteligência dos EUA responsabiliza o Estado Islâmico (ISIS) pelas mortes, e o presidente Joe Biden prometeu caçar os líderes responsáveis pelos ataques.
Do outro lado do oceano, os mercados europeus operam sem direção definida, também em cautela antes dos comentários de Powell e diante das preocupações em torno da crise no Afeganistão. O Stoxx 600 cai 0,01%; na Alemanha, o DAX recua 0,07%; o CAC 40 desvaloriza 0,24% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,08%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 recua 0,09%.
As Bolsas asiáticas também fecharam em campo misto, em meio às expectativas do pronunciamento de Powell. O índice Shanghai, da China, subiu 0,59%; o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,03%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,31%; enquanto no Japão foi na contramão e o índice Nikkei caiu 0,36%.
Enquanto isso, no mercado de commodities, os contratos futuros do carvão metalúrgico e do coque negociados na China recuaram nesta sexta-feira, afastando-se das máximas recordes atingidas na sessão anterior, mas ainda assim cravaram ganhos semanais de mais de 10%. O carvão coque fechou em queda de 1,8% na bolsa de commodities de Dalian, a 2.523 iuanes (US$ 389,25) por tonelada, após um rali de sete sessões. Já o coque cedeu 2,8%, a 3.164,50 iuanes/tonelada, e interrompeu uma sequência de quatro dias de altas.
Por fim, os preços do petróleo sobem nesta sexta-feira, devido às preocupações sobre interrupções no fornecimento no curto prazo, visto que as empresas de energia começaram a fechar sua produção no Golfo do México antes de um potencial furacão, previsto para acontecer no fim de semana. Às 9h55 desta manhã, o Brent subia 1,81%, a US$ 71,45 o barril, enquanto o WTI recuava 2,27%, a US$ 68,95 o barril. (com Reuters)
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