O Ibovespa se recuperou das perdas registradas na maior parte da sessão e fechou hoje (19) em alta de 0,45%, a 117.164 pontos. A reversão foi puxada por um movimento comprador em razão da desvalorização dos últimos dias e pela recuperação do mercado norte-americano.
A Bolsa brasileira chegou à mínima de 114.801 pontos no pregão, sob o impacto da queda dos preços das commodities, principalmente do aço, e dos ruídos políticos em Brasília. O adiamento da votação da reforma do imposto de renda, o impasse em torno do pagamento dos precatórios e os planos do governo de ampliar os gastos sociais com o Auxílio Brasil pesaram no Ibovespa nesta quinta-feira.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Entre as cinco companhias com as maiores perdas do dia, quatro são do setor siderúrgico: a CSN (CSNA3) lidera a lista, com queda de 5,78%, seguida por Vale (VALE3), com recuo de 5,71%, Usiminas (USIM5), com queda de 5,69%, e Gerdau (GGBR4), que registrou baixa de 3,52%.
Em Wall Street, o mercado ainda digere a ata da reunião do Federal Reserve, que indicou a retirada de estímulos à economia norte-americana já neste ano. O número de novos pedidos de seguro-desemprego, por outro lado, veio melhor que as expectativas e animou o mercado. Foram 348 mil solicitações na semana encerrada em 14 de agosto, contra 363 mil esperados pelos investidores.
O S&P 500 registrou alta de 0,13%, a 4.405 pontos, e o Nasdaq subiu 0,11%, a 14.541. O Dow Jones, no entanto, caiu 0,19%, a 34.894 pontos.
O dólar segue avançando contra o real e fechou o dia com alta de 0,87%, a R$ 5,4220 na venda. A valorização da moeda foi impulsionada pela sua força no exterior diante das incertezas sobre a política monetária nos EUA e disseminação da variante Delta da Covid-19, além do contínuo desconforto na cena doméstica.
Lá fora, a alta da moeda norte-americana era generalizada, com o dólar ganhando terreno ante 31 de 33 pares. Divisas de commodities, como o real, eram as mais penalizadas por causa da queda das matérias-primas, motivada por dúvidas se a economia manterá um nível de demanda por produtos básicos diante da piora das perspectivas globais de crescimento.
Para Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3, o movimento de compra de dólar visto ao longo deste ano deve perdurar, uma vez que vários eventos de risco se acumulam, entre eles a expectativa pela eleição presidencial de 2022 e pela redução de estímulos nos Estados Unidos.
Dados da B3 mostram saldo líquido de compra de US$ 29,4 bilhões de janeiro a julho no mercado de contratos a termo sem entrega física (NDF, na sigla em inglês). Os números revelam que a demanda pela moeda norte-americana se acentuou em março e abril, e segue crescendo desde então. O saldo acumulado no ano de compras líquidas do dólar pulou de US$ 3,2 bilhões em fevereiro para US$ 6,7 bilhões em março, e voltou a dobrar em abril, chegando a US$ 12,3 bilhões de dólares.
“O momento que a gente vive é de muita instabilidade, muita incerteza… O comprador de dólar não fica à mercê de ficar torcendo para que a moeda não suba”, afirmou Zenaro. “A gente tem vários fatores aqui que levam a uma incerteza grande com relação ao câmbio nos próximos meses, daí a presença forte do comprador de maneira consistente”, diz Zenaro. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.