O famoso campeonato norte-americano de tênis, o U.S. Open, não terá neste ano alguns nomes famosos, como Roger Federer, Rafael Nadal e Serena Williams, bem como Dominic Thiem, de 27 anos, campeão de tenis masculino 2020. Mas não importa quem ganhe o torneio – e seu prêmio máximo de US$ 2,5 milhões – isso significa pouco para os jogadores de tênis mais bem pagos do mundo, que recebem somas bem maiores do que o torneio tem a oferecer.
Federer – que não competirá por conta de uma lesão no joelho – assume o primeiro lugar novamente entre os mais bem pagos de 2021, com ganhos de US$ 90,6 milhões (antes de impostos) nos últimos 12 meses, segundo estimativas da Forbes.
Naomi Osaka conquistou US$ 60,1 milhões em 2021, com mais de 90% dos ganhos provenientes de trabalhos fora das quadras. Serena, que está tratando uma lesão no tendão da coxa, está em terceiro lugar, com US$ 41,8 milhões em receita, seguida por Novak Djokovic, com US$ 38 milhões.
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Nadal completa o top 5 com US$ 27 milhões, apesar de uma condição no pé que o deixa fora do U.S Open até 2022.
Juntos, os dez jogadores de tênis mais bem pagos do mundo ganharam US$ 320 milhões nos últimos 12 meses, uma queda de 6% em relação ao total de US$ 340 milhões de 2020, em grande parte porque a pandemia eliminou ou limitou as oportunidades para os jogadores receberem prêmios em dinheiro e pagamentos em aparições públicas, que podem ocorrer na casa dos milhões para superstars dispostos a aparecer em exposições e torneios menores.
A crise foi mitigada fora das quadras, onde os dez principais jogadores ganharam US$ 281 milhões, um aumento de 4% em relação ao ano passado, apesar dos gastos reduzidos de muitas marcas, já que a Covid-19 sobrecarregou seus orçamentos.
Esse é um luxo que nem todo mundo nos esportes pode se dar. Os jogadores de tênis trabalham essencialmente como atletas autônomos, sem salários fixos, equipes ou ligas para apoiá-los em tempos difíceis. E o impacto do cancelamento de eventos nos últimos 18 meses vai muito além do prêmio em dinheiro perdido: com exceção de algumas das maiores estrelas – Federer e Serena, os contratos feitos com os jogadores de tênis normalmente incluem uma redução nos pagamentos se eles não participam de um número mínimo de partidas.
Essa difícil realidade levou a Associação de Tênis dos Estados Unidos a mudar a alocação do prêmio em dinheiro do U.S Open deste ano, para ajudar os jogadores com classificação inferior, que enfrentam dificuldades financeiras sem os jogos. O prêmio total em dinheiro chega a US$ 57,5 milhões, e o pagamento para cada campeão individual foi reduzido para US$ 2,5 milhões, uma queda de 17% em relação ao ano passado e de 35% em relação a 2019. Pelas novas regras, os jogadores que perderem na primeira rodada irão ganhar US$ 75 mil, acima dos US$ 61 mil do ano passado, e os perdedores da segunda rodada receberão um aumento de US$ 15 mil, totalizando US$ 115 mil.
A mudança chega em um momento importante de transição para o esporte, com algumas de suas estrelas mais brilhantes se aproximando da aposentadoria. Enquanto Djokovic continua no auge, com três títulos de Grand Slam já em 2021, Federer, aos 40 anos, jogou em apenas cinco eventos desde fevereiro de 2020. O atleta também afirmou recentemente no Instagram que precisa passar por uma cirurgia e pode ficar “muitos meses” fora das quadras, gerando especulações de que ele possa nunca mais voltar a competir.
Serena fará 40 anos no próximo mês, e Nadal, de 35 anos, jogou um total de 14 eventos nos últimos dois anos – menos do que em 2019. O U.S Open deste ano é o primeiro Grand Slam sem nenhum dos três desde 1997, como observou o escritor de tênis Ben Rothenberg no Twitter.
A competição permanecerá acirrada fora das quadras à medida que jogadores se juntam a nomes como Andy Murray na construção de seus negócios. Murray, de 34 anos – que já foi considerado um dos quatro grandes do tênis masculino ao lado de Djokovic, Federer e Nadal – passou os últimos anos compilando acordos publicitários.
Metodologia
Os números dos ganhos nas quadras refletem o prêmio em dinheiro arrecadado nos últimos 12 meses, desde o U.S Open de 2020. As estimativas de ganhos extrajudiciais refletem a receita de endossos, aparições, licenciamento e direitos de imagem, bem como retornos financeiros de negócios operados pelo jogador. A Forbes não inclui receitas de investimentos, como pagamentos de juros ou dividendos, e não deduz impostos ou taxas de agentes.
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TPN/Getty Images Roger Federer (1º)
Receita total: R$ 90,6 milhõesRafael Nadal e Novak Djokovic igualaram o recorde de Roger Federer com 20 títulos individuais do Grand Slam, mas Federer continua sendo o melhor de todos os tempos com os patrocinadores, tendo arrecadado quase US$ 900 milhões fora das quadras ao longo de sua carreira, além dos US$ 131 milhões em prêmios em dinheiro.
Ele é o sexto atleta ainda competindo a atingir US$ 1 bilhão em ganhos de carreira (antes de impostos e taxas). E um grande pagamento ainda está por vir: Federer possui uma participação na empresa suíça de tênis de corrida On, que se prepara para abrir o capital. Logo, não é nenhuma surpresa que Federer seja o jogador mais bem pago do tênis pelo 16º ano consecutivo.
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Tim Clayton/Getty Images Naomi Osaka (2)
Receita total: US$ 60,1 milhõesNaomi Osaka deixou o Open de tênis francês deste ano e desistiu do Wimbledon (mais antigo torneio de tênis do mundo) alegando a necessidade de cuidar da saúde mental. Patrocinadores como a Nike apoiaram a atleta na decisão, e Naomi continua adicionando marcas ao seu portfólio – que inclui mais de 20, sendo a última a Panasonic.
A jovem de 23 anos, que sofreu uma derrota na terceira rodada das Olimpíadas de Tóquio, estampou as campanhas de marketing dos jogos e também foi a modelo de uma boneca Barbie, que se esgotou horas após seu lançamento neste ano.
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Cameron Spencer/Getty Images Serena Willians (3º)
Receita total: US$ 41,8 milhõesSerena Williams não conseguiu superar o recorde de 23 títulos de Grand Slam desde que venceu o torneio australiano de 2017, e caiu para a 22ª posição no ranking de melhores tenistas. Mas assim como Roger Federer, ela continua sendo uma aposta certa entre os patrocinadores, tendo aproximadamente 20 marcas, e está entre as mulheres self-made mais ricas dos Estados Unidos. Seu fundo, o Serena Ventures, tem investimentos em 66 startups.
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TPN/Getty Images Novak Djokovic (4º)
Receita total: US$ 38 milhõesA derrota de Novak Djokovic na semifinal das Olimpíadas encerrou sua candidatura ao primeiro Golden Slam da história do tênis masculino, mas ele segue no caminho para seu primeiro Grand Slam do ano, desde que Rod Laver conquistou o feito em 1969. Uma vitória no Open, é claro, também coloca o jogador de 34 anos à frente de Roger Federer e Rafael Nadal na posse exclusiva do recorde de títulos individuais de Grand Slam masculino, com 21 no total.
Djokovic fez neste ano parcerias com o grupo bancário austríaco Raiffeisen Bank, além da empresa de cartuchos para impressoras Lemero e da companhia de relógios Hublot. Seu prêmio o total em dinheiro seria ainda maior se não fosse o fato de que ele acertou um juiz de linha com uma bola de tênis no US Open do ano passado, perdendo os US$ 250 milhões que ele teria direito por chegar à quarta rodada da competição.
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Mitchell Layton/Getty Images Rafael Nadal (5º)
Receita total: US$ 27 milhõesRafael Nadal está de licença para tratar de uma doença rara, conhecida como Doença de Müller-Weiss, ou Síndrome de Müller-Weiss, responsável por deteriorar um osso do pé e levar a deformações. Ele espera voltar à quadra em 2022 e, se sua saúde e a Covid-19 permitirem, Nadal pode mais uma vez conseguir US$ 1 milhão por participações em exposições e eventos menores.
Sua lista de patrocinadores inclui Nike, Babolat, Richard Mille e – novo para 2021 – Amstel.
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Mitchell Layton/Getty Images Kei Nishikori (6º)
Receita total: US$ 26 milhõesMesmo tendo caído para 56º no ranking de melhores atletas, Kei Nishikori mantém sua posição entre os mais bem pagos do tênis em função dos acordos de publicidade assinados antes das Olimpíadas de Tóquio, quando os patrocinadores japoneses esperavam que ele fosse um dos principais nomes das olimpíadas.
O empresário e jogador de 31 anos tem mais de uma dúzia de parceiros publicitários, com alguns acontratos expirando no próximo ano, o que pode impactar a sua geração de renda neste segmento.
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Sarah Stier/Getty Images Daniel Medvedev (7º)
Receita total: US$ 13,9 milhõesUma disparada espetacular em três anos levou Daniel Medvedev ao segundo lugar no ranking de melhores jogadores, mas ele continua em busca de seu primeiro título de Grand Slam. O jovem de 25 anos de Nova York foi vice-campeão do U.S Open em 2019 e, em fevereiro, chegou à final do campeonato australiano, onde perdeu para Novak Djokovic.
O sucesso está valendo a pena. Seus parceiros publicitários incluem Lacoste, Bovet e Tinkoff Bank. Ele também anunciou um acordo com a empresa de equipamentos de jogos HyperX na semana passada.
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Quality Sport Images/Getty Images Dominic Thiem (8º)
Receita total: US$ 8,9 milhõesUma lesão no pulso sofrida no Open de Mallorca, na Espanha, atrapalhou o ímpeto de Dominic Thiem desde que ele venceu o U.S Open no ano passado, rompendo a tradição Djokovic-Nadal-Federer e tornando-se o único jogador masculino na faixa dos 20 anos com um título de Grand Slam.
Thiem, com 27 anos, conta com Adidas, Babolat e Red Bull entre seus patrocinadores e tem novos negócios com as marcas Technogym e NEOH.
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TPN/Getty Images Stefanos Tsitsipas (9º)
Receita total: US$ 8,1 milhõesStefanos Tsitsipas, que saltou do 6º lugar para a terceira posição no ranking no ano passado, é o único novo membro na lista dos mais bem pagos, eliminando Simona Halep do ranking. O jovem de 23 anos, que chegou à final do Grand Slam pela primeira vez em junho no campeonado francês, fez parceria com marcas como Wilson, Adidas e Rolex.
Ele possui também uma personalidade cativante, que especialistas do setor acreditam que poderia levá-lo para além de Daniel Medvedev e Dominic Thiem na hierarquia dos mais bem pagos em longo prazo. Ele foi alvo de uma polêmica recentemente quando expressou sua relutância em se vacinar contra a Covid-19.
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Matthew Stockman/Getty Images Ashleigh Barty (10º)
Receita total: US$ 5,8 milhõesDepois de faturar US$ 11,3 milhões em 2019 entre prêmios em dinheiro, Ashleigh Barty jogou apenas quatro eventos no ano passado, fazendo uma pausa prolongada em meio à pandemia e mantendo-se apenas em primeiro lugar no ranking porque o campeonado ajustou temporariamente seu sistema de pontos.
Ela voltou com força em 2021, com cinco títulos – incluindo Wimbledon – e um robusto prêmio de US$ 3,8 milhões em dinheiro, a melhor marca no tênis feminino neste ano. Ainda assim, embora todos os torneios do Grand Slam ofereçam prêmios iguais para homens e mulheres – o U.S Open igualou suas premiações em 1973 e Wimbledon se tornou o último dos quatro maiores campeonatos a praticar igualdade nos prêmios em 2007 – a vitória de Barty neste mês no Western & Southern Open, torneio de tênis em Cincinatti, deu luz novamente ao problema sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres. A jovem de 25 anos levou para casa US$ 255,2 milhões por seu título, enquanto o campeão masculino, Alexander Zverev, arrecadou US$ 654,8 milhões.
Roger Federer (1º)
Receita total: R$ 90,6 milhões
Rafael Nadal e Novak Djokovic igualaram o recorde de Roger Federer com 20 títulos individuais do Grand Slam, mas Federer continua sendo o melhor de todos os tempos com os patrocinadores, tendo arrecadado quase US$ 900 milhões fora das quadras ao longo de sua carreira, além dos US$ 131 milhões em prêmios em dinheiro.
Ele é o sexto atleta ainda competindo a atingir US$ 1 bilhão em ganhos de carreira (antes de impostos e taxas). E um grande pagamento ainda está por vir: Federer possui uma participação na empresa suíça de tênis de corrida On, que se prepara para abrir o capital. Logo, não é nenhuma surpresa que Federer seja o jogador mais bem pago do tênis pelo 16º ano consecutivo.
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