O crescimento da atividade de negócios na zona do euro desacelerou neste mês, uma vez que as empresas enfrentaram custos crescentes devido a restrições das cadeias de suprimentos, enquanto a indústria de serviços, dominante no bloco, teve dificuldades em meio a preocupações contínuas com a Covid-19, mostrou uma pesquisa hoje (22).
A leitura preliminar do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da IHS Markit – indicador da saúde econômica geral – caiu para uma mínima em seis meses de 54,3 em outubro, de 56,2 em setembro.
Isso correspondeu à previsão mais baixa em uma pesquisa da Reuters, que apontava queda mais modesta para 55,2. O índice, contudo, ainda está confortavelmente acima da marca de 50, que separa crescimento de contração.
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“Os PMIs de outubro são consistentes com nossa visão de que o crescimento econômico na zona do euro desacelerará acentuadamente no quarto trimestre e de que a inflação aumentará ainda mais nos próximos meses”, disse Jack Allen-Reynolds, da Capital Economics.
O crescimento da atividade desacelerou na Alemanha, a maior economia da Europa, enquanto na França uma expansão no setor de serviços foi compensada pela fraqueza entre os fabricantes, uma vez que os problemas da cadeia de suprimentos impactaram os negócios.
Na Grã-Bretanha, fora da zona do euro, a economia inesperadamente recuperou o ímpeto, embora as pressões de custo, que aumentaram para uma máxima em mais de 25 anos, possam encorajar o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) a aumentar as taxas de juros pela primeira vez desde a pandemia.
Espera-se que o BoE se torne o primeiro grande banco central a aumentar as taxas de juros no ciclo pós-pandemia, revelou uma pesquisa recente da Reuters.
PRESSÕES DE PREÇO
O PMI da indústria de serviços da zona do euro caiu para 54,7, de 56,4, menor leitura desde abril e abaixo da previsão de pesquisa da Reuters (55,5).
Mas as empresas contrataram pessoal à taxa mais rápida desde os últimos 14 anos. O índice de emprego subiu de 54,1 para 56,0.
A atividade manufatureira permaneceu robusta, e o PMI das fábricas caiu apenas de 58,6 em setembro para 58,5 em outubro, embora um índice que mede a produção, que entra na conta do PMI composto, tenha caído de 55,6 para 53,2, mínima desde junho de 2020.
Os preços das matérias-primas para as fábricas aumentaram em ritmo recorde e, embora os fabricantes tenham repassado alguns desses custos aos clientes, não conseguiram transferir todo o fardo. O índice de preços de produtos subiu de 70,4 para 72,3, número mais alto desde que a IHS Markit começou a coletar os dados, no fim de 2002.
Isso sugere que a recente alta da inflação não vai se dissipar tão cedo, levantando questões sobre a visão do Banco Central Europeu (BCE) de que a alta seria transitória. (com Reuters)