A Caixa Econômica Federal quer listar em bolsa a bandeira de cartões Elo e o negócio de gestão de recursos de terceiros Caixa Asset até o início de 2022, enquanto tenta escalar a operação de crédito no banco digital Caixa Tem antes de levá-lo ao mercado, disse o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães.
“Mesmo com as atuais condições do mercado, o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da Elo é uma boa operação para levar ao mercado porque é uma empresa de alto crescimento”, disse Guimarães em entrevista à Reuters. “É possível fazer já emdezembro ou até fevereiro de 2022.”
Há meses, a Caixa, maior acionista da Elo com 41,5% do capital da empresa, Bradesco e Banco do Brasil tentam avançar nos preparativos para listagem da Elo, que deve acontecer numa das bolsas dos Estados Unidos, para facilitar a comparabilidade com as rivais globais Visa e Mastercard.
Mas mais de 60 empresas adiaram ou cancelaram seus planos de estreia na bolsa neste ano, diante da queda das ações e da instabilidade política e macroeconômica do Brasil. Várias das que levaram seus IPOs até o fim tiveram que aceitar grandes cortes nos preços das ações. Em alguns casos, as ofertas só ocorreram com a garantia dos chamados investidores âncora.
Questionado se o IPO da Elo terá esse desenho, Guimarães não quis dar detalhes, mas garantiu que a operação vai acontecer.
A Elo, que afirma ter uma base de mais de 140 milhões de cartões, planeja captar recursos no mercado para aumentar sua rede de emissores e investir mais em tecnologia, eventualmente com a compra de fintechs, como já fazem Visa e Mastercard.