O sucesso de muitas das gigantes de tecnologia de hoje pode ser atribuído ao fato de terem tornado uma nova tecnologia mais acessível: a Microsoft e a Apple desmistificaram o computador, o Google e a Amazon forneceram oportunidades para as pessoas explorarem e criarem online. Já o sucesso da Alchemy tem sido tornar a tecnologia blockchain fácil de usar.
“Dissemos que, se estivermos no lugar certo na hora certa, poderemos fazer o mesmo para o blockchain. Então, nós trabalhamos para viabilizar produtos blockchain. Praticamente todos os NFTs [tokens não-fungíveis] no mundo, a maioria das finanças descentralizadas e uma grande quantidade de laboratórios usam a nossa tecnologia de back-end”, disse Nikil Viswanathan, CEO e cofundador da Alchemy, a uma audiência na conferência Under 30 Summit, organizada pela Forbes em Detroit na última terça-feira (12).
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Uma plataforma muitas vezes referida como “a Amazon Web Services do blockchain”, a Alchemy permite aos usuários – mesmo aqueles que não sabem programar – escrever e ler informações em blockchains como Ethereum, por exemplo. Viswanathan cofundou a empresa com Joseph Lau em 2017, quando o mundo do blockchain passou por uma mudança e se expandiu para além das criptomoedas. A empresa com sede em San Francisco está a caminho de gerar uma receita estimada de US$ 20 milhões este ano.
“Quando você olha para as grandes transformações tecnológicas, vemos o computador, a internet, e agora, o blockchain, cada um fornece a pedra fundamental para o seguinte se desenvolver”, diz Viswanathan. “O computador disse: ‘as máquinas podem seguir as instruções humanas’; então a Internet chegou e disse, ‘tudo bem, as máquinas agora podem trocar informações entre si’, então o blockchain vem e diz, ‘as máquinas podem trocar valores.’”
Incluída na lista da Forbes de 2021 das novas startups que chegarão a US$ 1 bilhão de valor de mercado, a Alchemy é avaliada atualmente em US$ 505 milhões, tendo arrecadado um total de US$ 95,5 milhões em duas rodadas de financiamento. A empresa se tornou a plataforma ideal para o desenvolvimento de tecnologia de criptomoedas, NFTs e trading descentralizado.
Tudo isso é feito por uma equipe de 27 pessoas que inclui 23 engenheiros. A Alchemy está tentando expandir, mas atribui muito de seu sucesso a “manter a ultra alta qualidade da equipe”, diz Viswanathan, e não tem planos de romper com essa estratégia. Influenciada pela Square, de Jack Dorsey, a Alchemy também não estabeleceu uma hierarquia em seu time de tecnologia, e pretende continuar assim.
“Um dos segredos aqui é que, se você classificar os tamanhos das empresas ou organizações onde [os funcionários da Alchemy] trabalharam no passado, Joe e eu estaremos exatamente no meio”, diz Viswanathan. “Existem várias pessoas que dirigiram e iniciaram empresas com centenas de pessoas, e conseguir contratar esse tipo de profissional tem sido extremamente benéfico porque não temos que gerenciá-las. Todo mundo é super independente, todos são muito atenciosos e têm ótimas ideias.”
Dois dos primeiros clientes da Alchemy foram as pessoas por trás do CryptoPunks, alguns dos primeiros NFTs no blockchain Ethereum – um deles foi vendido por US$ 7,5 milhões – e o OpenSea, o maior mercado de NFTs do mundo. Ambos os projetos cresceram imensamente, junto com a Alchemy, nos últimos anos. Mas Viswanathan diz que ainda há mais crescimento por vir à medida que os NFTs e outros ativos no blockchain continuam a se tornar mais comuns.
“Fundamentalmente, NFT é essa ideia de ser capaz de possuir algo, certo? Na vida real, você pode ter uma casa, uma arte, um carro. Portanto, essa ideia de propriedade é algo inerente à natureza humana, não é uma moda passageira”, diz ele. “É algo enraizado nas pessoas. E os NFTs são apenas uma forma de pegar esse conceito e colocá-lo na web. Está começando com arte e coisas desse tipo. Mas, para mim, é absolutamente claro que este será o futuro.”