Investir em ações de forma consistente é uma das melhores formas de construir patrimônio rumo à sua independência financeira. Uma carteira diversificada, com empresas sólidas de variados setores, irá lhe dar segurança e proteção, mesmo em cenários de alta volatilidade.
É claro que o mercado de renda variável tem riscos que você precisa conhecer para poder se planejar do jeito certo. Mas, na verdade, todo e qualquer investimento tem riscos específicos, maiores ou menores, conforme suas características.
O fundamental é você compreender a relação risco versus retorno, conhecer sua tolerância a esses riscos e alinhar suas escolhas com isso. Algumas vantagens do investimento em ações:
1. Crescimento patrimonial
Uma das grandes vantagens de investir em ações é a formação de patrimônio. No longo prazo, o crescimento patrimonial de uma carteira de ações supera com folga os investimentos de renda fixa.
Apesar dos preços das ações oscilarem, essa volatilidade tende a se diluir, sendo beneficiada pelo tempo. Isso acontece porque a economia do país avança, as empresas crescem e suas receitas se ampliam. Dessa forma, oscilações de momentos específicos, acabam não tendo tanta influência na rentabilidade do ativo, numa linha de tempo mais longa.
2. Receita de dividendos
Além do crescimento patrimonial, uma carteira de ações pode ser uma importante fonte de geração de receita, por meio dos dividendos que são pagos pelas empresas.
Se você criar uma disciplina de reinvestir seus dividendos, irá turbinar ainda mais o seu crescimento patrimonial, sem ter que investir dinheiro novo nisso. Ou seja, sua própria carteira de ações pode gerar renda recorrente para que você a amplie.
O resto é a “mágica” dos juros compostos e, tenha certeza, você irá se surpreender com o potencial enorme disso.
3. Liquidez
As ações são negociadas na Bolsa de Valores diariamente. Sendo assim, se por algum motivo você desejar se desfazer de parte de sua carteira, isso é feito de forma online por meio do home broker. Em apenas dois dias o dinheiro estará na sua conta.
É claro que é preciso ter cuidado e estudar permanentemente para não tomar medidas precipitadas e acabar vendendo ativos em momentos de queda. Isso pode ocasionar perdas que neutralizam todo o ganho anterior obtido.
Comprar e vender ações é algo que deve ser feito com planejamento, estudo e muita consistência.Com isso, você diminui bastante seus riscos.
Mas, de qualquer forma, é importante que você saiba sobre a liquidez imediata desse tipo de aplicação. Afinal, numa eventualidade, é muito mais fácil vender algumas ações do que imóveis, carros, ou mesmo solicitar resgate em aplicações de renda fixa com datas de vencimento específicas.
4. Incentivo tributário
Ações negociadas por pessoas físicas, até o limite de R$ 20 mil por mês, têm o seu lucro isento de imposto de renda. Caso você tenha volume de vendas acima deste valor, o lucro será tributado em 15%.
A regra é diferente para operações em day trade, quando você compra e vende o ativo no mesmo dia. O lucro líquido desse tipo de negociação é tributado em 20%.
Mas, o foco de nosso papo hoje são as vantagens da renda variável para longo prazo. Quero que você perceba o quanto pode ser lucrativo incluir uma carteira de ações em sua estratégia de investimentos.
Além da isenção de imposto de renda sobre o lucro, que mencionei acima, há também outro fator muito bom: os dividendos que você recebe são totalmente isentos de imposto de renda.
Esses incentivos tributários são importantes para fomentar investimentos nas empresas e ajudar no desenvolvimento da economia do país. E pelo lado do investidor, é uma forma inteligente de agilizar o crescimento de seu patrimônio, pois não terá que destinar parte de seus ganhos para os impostos.
A relação risco x retorno
Como eu disse logo no início, compreender a relação risco versus retorno é muito importante para que você invista com consciência e escolha ativos que estejam alinhados às suas metas pessoais.
Investir em ações, via de regra, tem mais riscos do que a maioria das aplicações. Contudo, são elas que possuem maior potencial para oferecer retornos elevados.
Além disso, existem vários mecanismos de proteção de carteira que diminuem substancialmente os riscos.
A relação risco e retorno é um conceito simples. Ainda assim, um erro muito comum entre investidores é iniciar no mercado financeiro sem compreender essa relação.
Quanto maior o risco de um ativo, maiores as taxas de juros que ele irá oferecer aos investidores. Isso, inclusive, não se aplica exclusivamente às ações. Vale para todo tipo de investimento.
Não existe milagre e nem dinheiro grátis sendo distribuído por aí. Se uma aplicação financeira está oferecendo ganhos acima da média, certamente é porque esse prêmio de risco é necessário para conseguir investidores.
E não estou dizendo que isso é ruim. Faz parte da dinâmica do mercado. Cabe ao investidor buscar informações em fontes confiáveis e profissionais para definir, de acordo com seus objetivos pessoais, os percentuais de recursos em diferentes classes de risco.
O pulo do gato
Investir em ações pode ser a grande virada de chave para a sua independência financeira.
Mas, antes de investir no mercado, invista em conhecimento. Estude! A internet facilitou muito o acesso ao mercado. Há grandes profissionais compartilhando conteúdos de qualidade o tempo todo.
Considere também a possibilidade de fazer um bom curso sobre renda variável.
Na minha experiência de educador financeiro e investidor, com mais de 20 anos de mercado, posso lhe garantir que destinar alguns meses para aprender a lidar com dinheiro da forma correta, vai colocar suas finanças em outro patamar.
Ganhar dinheiro é trabalhoso e consome horas preciosas, então, otimizar o dinheiro ganho é uma questão de inteligência.
Ninguém constrói patrimônio do dia pra noite. Investir é um trabalho que requer constância, foco e planejamento. Quanto antes você começar, mais cedo colherá os frutos disso.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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