No Forbes Radar de hoje (29), confira os resultados trimestrais da Petrobras, que teve lucro líquido de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre contra prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão no mesmo período de 2020.
Resultados positivos no trimestre fizeram também com que as ações da Ambev disparassem quase 11% ontem (28). Companhia divulga crescimento de 7,7% em volumes e avanço de 20,8% na receita líquida, em relação ao terceiro trimestre de 2020.
Veja estes e outros destaques corporativos do dia:
Petrobras (PETR4)
A Petrobras teve lucro líquido de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre, contra prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão no mesmo período de 2020, com impulso de itens não recorrentes, informou ontem (28) a companhia, que também bateu sua meta de redução de dívida.
O valor superou com folga estimativa de analistas feita pela Refinitiv, que previa lucro líquido de R$ 20 bilhões. O resultado foi comemorado pelo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que ressaltou que a empresa bateu a meta de dívida bruta antes da hora e aprovou remunerações adicionais aos acionistas, o que inclui o governo federal.
“Atingimos nossa meta de endividamento muito antes do planejado e estamos dividindo parte das riquezas geradas com a sociedade e nossos acionistas através de impostos, dividendos, criação de empregos e investimentos“, disse em nota o presidente da Petrobras.
O conselho da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, de R$ 31,8 bilhões, ou o equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação.
Essa distribuição se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em 4 de agosto, totalizando R$ 63,4 bilhões em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021.
A notícia vem no mesmo dia em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que a petroleira estatal tem que ter um papel social e “tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto como tem dado”, quando voltou a questionar a política de preços da empresa.
A dívida bruta da petroleira estatal atingiu US$ 59,6 bilhões, ante US$ 63,7 bilhões no trimestre anterior, atingindo então a meta de US$ 60 bilhões, prevista anteriormente para o fim de 2022.
A relação dívida bruta/Ebitda ajustado diminuiu significativamente, passando de 1,78 vez em 30 de junho para 1,45 vez em 30 de setembro.
Ambev (ABEV3)
As ações da Ambev chegaram a disparar quase 11% ontem (28), após a fabricante de bebidas divulgar forte crescimento de receitas entre julho e setembro, quando atingiu os maiores volumes consolidados já registrados em um terceiro trimestre.
Os volumes cresceram 7,7% em termos orgânicos em relação ao mesmo período do ano passado, para 45,7 milhões de hectolitros, e a receita líquida avançou 20,8%, a R$ 18,5 bilhões, com 8 dos 10 principais mercados crescendo também acima do terceiro trimestre de 2019.
“A AmBev mais uma vez superou as expectativas em uma execução de vendas de alto nível, o que permitiu que seus volumes atingissem o nível recorde no terceiro trimestre, ainda mais impressionante considerando as comparações difíceis do ano passado”, afirmou a analista do Credit Suisse Marcella Recchia em nota a clientes.
Por volta de 10h50, as ações da Ambev subiam 8,5%, a R$ 16,52, enquanto o Ibovespa avançava 0,29%. Na máxima, os papéis da companhia chegaram a R$ 16,87 (avanço de 10,84%), maior patamar intradia desde 8 de setembro.
A receita por hectolitro subiu 12,1%, mas o custo dos Produtos Vendidos por hectolitro (CPV/hl) aumentou 18,5%, segundo a fabricante de bebidas, em razão dos impactos esperados de câmbio e commodities.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) também aumentaram, em 19,3%, impactadas por provisões de remuneração variável mais elevadas.
Nesse contexto, o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 9,4%, para R$ 5,5 bilhões, com a margem Ebitda ajustado caindo 3,1 pontos percentuais, para 29,6%.
O lucro líquido avançou 57,4%, para R$ 3,7 bilhões no terceiro trimestre. Em termos ajustados, aumentou 50,4%, para R$ 3,75 bilhões.
A unidade Cerveja Brasil mostrou crescimento de 7,5% em volume frente ao mesmo trimestre de 2020, em linha com as expectativas da empresa, enquanto a receita registrou elevação de 16,2%.
Em termos consolidados, a geração de caixa das atividades operacionais foi de R$ 6,4 bilhões, comparado a R$ 7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado.
Grupo Fleury (FLRY3)
O Grupo Fleury divulgou ontem (28) seus resultados do terceiro trimestre de 2021. Entre os destaques, a receita bruta da companhia atingiu o recorde de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 17,3% em relação ao trimestre anterior de 2021. No ano, essa receita já marca R$ 3,1 bilhões, 39,4% a mais que os primeiros nove meses de 2020.
Exames para Covid-19 representam 6% dessa receita. No trimestre, foram realizados 400 mil exames tipo PCR e sorologias. Já o lucro líquido ajustado caiu em 21,7% em relação ao ano trimestre anterior, para R$ 103,5 milhões. No ano, o lucro líquido ajustado é de R$ 308,7 milhões.
Assaí (ASAI3)
A rede de atacarejo Assaí teve aumento do lucro no terceiro trimestre, apoiada na rápida expansão de sua rede de lojas e num ganho fiscal, mais do que compensando a expansão abaixo da inflação das vendas no conceito mesmas lojas.
A companhia controlada pelo grupo francês Casino informou ontem (28) que seu lucro líquido de julho a setembro somou de R$ 538 milhões, crescimento de 33,8% sobre um ano antes. O Assaí teve um créditos tributário com impacto de R$ 187 milhões no lucro. Sem esses e outros efeitos não recorrentes, o lucro cresceu 39,5% ano a ano.
A empresa explicou que sua receita líquida cresceu 17,5% no comparativo anual, para 10,845 bilhões, refletindo a maturação das lojas abertas nos últimos 12 meses. O Assaí abriu 10 novas lojas em 2021, para um total de 194.
A companhia também reportou aumento de 4,5% das vendas no conceito mesmas lojas, abaixo da inflação no período.
Também influenciado pelo crédito fiscal, o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado avançou 35,8%, acima do crescimento das vendas, atingindo 973 milhões e uma margem de 9%, um aumento de 1,2 ponto percentual.
Sem os efeitos extraordinários, o Ebitda subiu 16,9%, para R$ 838 milhões, com a margem Ebitda estável em 7,8%.
Mais cedo neste mês, o Assaí anunciou acordo com o grupo supermercadista GPA, também do Casino, para conversão de 71 lojas do Extra Hiper, do GPA, em lojas Assaí, numa operação avaliada em 4 bilhões.
Grendene (GRND3)
A empresa calçadista Grendene, dona de marcas como melissa e Ipanema, registrou crescimento de 87,7% em seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020, para R$ 208,1 milhões.
As receitas bruta e de exportação também tiveram crescimento na mesma comparação de tempo, de 5,9% e 32,2% respectivamente. Foram registrados R$ 818,3 milhões de receita bruta e 155,5 milhões de receita de exportação.
Apple (AAPL34)
Problemas da cadeia de suprimentos fizeram a Apple ter resultado aquém das expectativas de Wall Street, e o presidente-executivo da companhia, Tim Cook, disse que o impacto será ainda pior durante as vendas dos feriados do trimestre atual.
Cook disse à Reuters ontem (28) que o terceiro trimestre teve “restrições de oferta maiores do que o esperado”, bem como interrupções ligadas à pandemia no Sudeste Asiático. Embora a Apple tenha visto “melhorias significativas” no fim de outubro, a escassez de chips persistiu e agora está afetando “a maioria de nossos produtos”, disse Cook.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para obter mais (chips) e também tudo o que podemos fazer operacionalmente para garantir que estamos avançando o mais rápido possível”, disse Cook.
“Estamos projetando um crescimento de demanda muito sólida ano a ano. Mas também prevemos que teremos uma demanda menor que US$ 6 bilhões”, disse Cook.
Os resultados da Apple mostraram performance mista. A receita e o lucro do trimestre foram de US$ 83,4 bilhões e US$ 1,24 por ação, respectivamente, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 84,8 bilhões e US$ 1,24 por ação, de acordo com dados IBES da Refinitiv.
A Apple frustrou as expectativas em duas categorias principais. As vendas do iPhone no quarto trimestre somaram US$ 38,9 bilhões, abaixo das estimativas de US$ 41,5 bilhões, de acordo com dados da Refinitiv.
O segmento de acessórios, que contém categorias de rápido crescimento como os fones de ouvido sem fio AirPods, faturou US$ 8,8 bilhões, contra expectativas dos analistas de US$ 9,3 bilhões, de acordo com dados da Refinitiv.
Outros segmentos se saíram melhor. As vendas de iPads e Macs somaram US$ 8,3 bilhões e US$ 9,2 bilhões, respectivamente, em comparação com estimativas de analistas de US$ 7,2 bilhões e US$ 9,2 bilhões, de acordo com dados do Refinitiv.
Syngenta (SYENF)
A Syngenta, grupo suíço de agroquímicos que pretende levantar US$10 bilhões com uma oferta pública inicial neste ano, aumentou suas vendas em 27% no terceiro trimestre, informou a companhia ontem (28).
A empresa elevou as vendas para US$ 6,5 bilhões, contra US$5,1 bilhões um ano antes, ao lucrar com os preços mais altos dos grãos, enquanto enfrentava o que chamou de piora da situação da cadeia de suprimentos.
A Syngenta disse que estava “gerenciando ativamente” sua cadeia de suprimentos para compensar as restrições do mercado global, uma situação agravada na China pela escassez de energia atingindo a fabricação de defensivos e nutrientes agrícolas durante o terceiro trimestre.
Compras, logística e outros aumentos de custos operacionais foram parcialmente compensados por preços de venda mais altos em todos os negócios, acrescentou a Syngenta.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 13%, para US$800 milhões, disse a empresa.
A Syngenta estava vendo uma demanda particularmente forte por produtos que ajudam os agricultores a superar as condições climáticas adversas, como um spray feito de algas marinhas que ajuda as videiras a lidar com temperaturas extremas.
A empresa, que concorre com a alemã Bayer e a norte-americana de agroquímicos Corteva, foi comprada pela estatal ChemChina por US$43 bilhões em 2017 e agora está pronta para uma emissão.
(Com Reuters)