O Ibovespa opera em alta no início do pregão de hoje (20), com avanço de 0,46%, a 111.176 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado doméstico atua com as atenções dos investidores voltadas para os debates fiscais em Brasília. No exterior, os resultados corporativos positivos pesam nas Bolsas, mas a inflação global também preocupa e limita os ganhos.
Em Brasília, o Ministério da Economia enfrenta divergências em torno do valor e da forma de pagamento do Auxílio Brasil, proposta de programa de transferência de renda do governo.
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Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, conta que o mercado brasileiro anda totalmente descolado do exterior. “A gente vê um governo focado nessa questão do Auxílio Emergencial, que pode acabar aumentando o gasto e ultrapassando o teto, o que acaba com o regime fiscal, então não tem espaço [fiscal] para a gente imprimir dinheiro, porque vai ter consequências graves na inflação.”
O dólar tem leve recuo ante o real, com o mercado de câmbio ainda em meio a temores de ameaça à credibilidade fiscal após propostas de despesas fora do teto de gastos. Às 10h10, a divisa era negociada em queda de 0,46%, a R$ 5,5687.
Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices de ações indicam abertura perto da estabilidade, com preocupações dos investidores sobre o avanço da inflação. Por outro lado, os lucros corporativos das companhias do país no terceiro trimestre geram alívio.
As ações europeias operam em leve alta nesta quarta-feira, com investidores repercutindo os resultados operacionais positivos na região. Ao mesmo tempo, eles operam preocupados com problemas na cadeia de abastecimento e escassez de mão de obra, em um momento em que os bancos centrais de todo o mundo estão planejando a retirada de medidas de estímulo.
O escritório de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, informou que os preços ao consumidor nos 19 países que usam o euro aumentaram 0,5% no comparativo mensal em setembro, e registrou elevação de 3,4% em relação a igual período do ano passado, conforme estimado anteriormente. O número ficou acima da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%.
No Reino Unido, os preços ao consumidor subiram 3,1% em termos anuais em setembro, leve desaceleração na alta de 3,2% de agosto, conforme o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês). Em pesquisa, a Reuters apontava inflação de 3,2% em setembro, embora 11 dos 34 analistas que participaram previssem uma desaceleração.
O índice Stoxx 600 sobe 0,18%; na Alemanha, o DAX avança 0,07%; enquanto o CAC 40 valoriza 0,04% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,44%; e o FTSE 100 cresce 0,02%, no Reino Unido.
Os mercados asiáticos, por sua vez, fecharam o dia sem direção definida, ainda que com otimismo crescente sobre a economia global e os lucros corporativos. O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 3,30%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em queda de 0,89%; na China, o Shanghai caiu 0,17%.
E no Japão, o índice Nikkei avançou 0,14%, após as exportações aumentarem 13% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, em comparação com uma previsão média do mercado de alta de 11%. Embora acima das previsões, o crescimento das exportações enfraqueceu ante a taxa de 26,2% do mês anterior e foi o mais lento desde fevereiro.
No mercado de commodities, os preços do petróleo recuam nesta quarta-feira, depois que o governo chinês intensificou os esforços para domar os altos preços recordes do carvão e garantir que as minas operem em plena capacidade, com o intuito de aliviar a falta de energia.
“Com os preços do carvão e do gás diminuindo e com os indicadores técnicos do índice de força relativa (RSI) ainda em território de sobrecompra, as chances de uma queda acentuada dos preços do petróleo estão aumentando”, disse Jeffrey Halley, analista de mercado sênior da OANDA, à Reuters. Por volta das 9h45, o petróleo Brent caía 1,00%, para negociação a US$ 84,23 por barril, enquanto o WTI, recuava 1,14%, a US$ 81,50 o barril.