O Itaú Unibanco elevou a 1,50 ponto percentual a expectativa de aumento do juro básico da economia brasileira nesta semana, prevendo outro acréscimo na mesma intensidade em dezembro e novas altas posteriores que levarão a taxa Selic a 11,25% ao fim do ciclo de aperto monetário.
Antes, o banco estimava dois aumentos seguidos de 1 ponto e um final de 0,75 ponto em fevereiro, que levariam o custo dos empréstimos a 9% na conclusão do ciclo de restrição monetária.
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O Itaú cita que uma alta dos juros agora entre 1 ponto e 1,25 ponto seria uma resposta “inadequada”, enquanto um ritmo acima de 1,50 ponto provavelmente levaria a um juro terminal que imporia à economia uma recessão profunda.
“O meio-termo não evitará uma recessão, mas contribuirá para limitar o aumento das expectativas de inflação”, disse em relatório intitulado “Contenção de danos” a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do Bacen.
“Embora a discussão sobre dominância fiscal pareça exagerada no momento, é verdade que, sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do banco central de manter a inflação na meta se torna mais difícil”, disse.
Com taxa de juros mais alta, o Itaú passou a prever declínio “moderado” da atividade econômica em 2022, de 0,5%, frente a prognóstico anterior de expansão de 0,5%.
“Apesar das taxas de juros mais altas, a maior incerteza fiscal irá, como indicado pela recente reação do mercado, limitar o espaço para a valorização do real. Agora projetamos taxa de câmbio em R$5,50 por dólar no final de 2021 e 2022, contra R$5,25 em nosso cenário anterior”, complementou o relatório.
A taxa de câmbio mais fraca aumentará as pressões inflacionárias, mas, para o Itaú, o “controle de danos” do BC deve limitar um contágio maior da inflação. Assim, o IPCA vai ficar em 4,3% no ano que vem – acima da taxa de 4,2% prevista antes pelo banco privado e da meta de inflação (3,50%), mas bem abaixo da leitura de 9,0% estimada para 2021 (8,7% no cenário anterior). (Com Reuters)