Pela segunda vez seguida, as ações da Taesa (TAEE11) e da Telefônica Brasil (VIVT3) empataram na primeira posição das carteiras recomendadas para pagamentos de dividendos, mostra levantamento da Forbes feito a partir da análise das carteiras de 13 corretoras brasileiras. No mês de novembro, ambas as empresas tiveram com oito indicações cada.
Em segundo lugar, também pela segunda vez seguida, ficou a Itaúsa (ITSA4), com seis indicações. Já o terceiro lugar viu empate entre Vale (VALE3), Isa Cteep (TRPL4), BB Seguridade (BBSE3), e Engie Brasil (EGIE3), com cinco indicações cada.
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Dentre essas, o papel que teve maior crescimento foi o da Engie, empresa com foco em geração de energia elétrica, que em outubro recebeu apenas duas indicações. “Desde a privatização, [a Engie] tem sido excelente pagadora de dividendos, bem como excelente alocadora de capital, entrando em projetos atípicos com alta taxa de retorno e tendo sucesso consistente”, afirmou a corretora Órama.
Em geral, as principais características buscadas pelas corretoras são: perspectiva de pagamento consistente de dividendos, dividend yield atrativo, ou seja, com bom rendimento sobre o valor investido na compra das ações, e gestão e modelo de negócios de qualidade.
As corretoras também destacam que a carteira de dividendos costuma ter uma natureza mais defensiva, tendo em vista que o pagamento de proventos pressupõe um fluxo de caixa positivo normalmente encontrado em empresas maduras e resilientes.
No ranking das recomendações para novembro, os papéis do Bradesco (BBDC4) e da B3 (B3SA3) permaneceram empatados em quarto lugar pela segunda vez seguida, com quatro sugestões cada.
“O mercado de capitais brasileiro vem sofrendo uma grande transformação. Os juros estruturalmente baixos obrigaram o brasileiro a mudar o hábito de como investir, bem como a forma de captação das empresas. Nesse contexto, a B3, que possui o monopólio nacional na negociação de ativos de renda variável no mercado brasileiro, surge como um dos cases mais sólidos da Bolsa”, afirma a corretora Ativa.
A Elite Investimentos foi uma das únicas corretoras analisadas que manteve em novembro todas as recomendações de ações feitas em outubro. No último mês, sua carteira registrou rendimento negativo de 0,90%, enquanto o IDIV (Índice Dividendos) caiu 4,23%, e o Ibovespa cedeu 6,74%.
Já a carteira da corretora Terra registrou o maior rendimento, de 1,49%, e teve apenas uma alteração para a seleção deste mês. O Grupo CCR (CCRO3), que acumulou queda de 2,31% em outubro, foi substituído pela Engie (EGIE3), que subiu de 3,87% no mesmo período.
A Forbes listou as 17 ações mais recomendadas em 13 carteiras de dividendos e selecionou alguns comentários de analistas, confira abaixo.
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Getty Images Taesa (TAEE11) – 7 recomendações (empatado)
Ágora: “A Taesa é uma boa opção para Carteiras com foco nos dividendos. Como já comentado em outros momentos, o segmento de transmissão de energia elétrica não depende da demanda por energia, uma vez que suas receitas são pré-estabelecidas, com reajustes por inflação (destacamos que a Taesa não possui dívida atrelada ao dólar). A empresa pode investir em novos projetos e ainda assim seguir com payout elevado, levando a um dividend yield na casa dos 8,5% em 2021/22. Portanto, em função destas caraterísticas, vemos a Taesa como um nome mais resiliente para períodos mais voláteis no mercado.”
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Juan Medina/Reuters Telefônica Brasil (VIVT3) – 7 recomendações (empatado)
MyCap: “A empresa possui destaque em amplo atendimento setorial, especialmente no segmento de telefonia móvel, com expectativa de melhoria de margens e serviços via fibra, além de amplo portfólio de serviços digitais (financeiros, de nuvem, de entretenimento e segurança), o que permite uma receita mais previsível, com expectativa de melhoria na regulamentação setorial e manutenção de elevada remuneração aos acionistas. Destacamos ainda, que o ambiente desafiador e avesso a risco torna a companhia ainda mais atraente.”
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Divulgação/Itaúsa #5 – Itaúsa
Patrimônio: R$ 37,70 bilhões.
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Washington Alves/Reuters Vale (VALE3) – 5 recomendações (empatado)
Investmind: “A Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo e capturou o movimento de alta das commodities no primeiro semestre do ano. Com a queda brusca do preço do minério de ferro chegando a US$ 90/ton, o preço-alvo reflete um patamar mais baixo nas receitas da empresa ainda esse ano, porém já observamos uma estabilização do minério em torno de US$ 120/ton, que segue em linha com nossas expectativas para a média anual e de longo prazo que se mantém até 2024, então enxergamos um upside considerável para o papel. Nos níveis atuais, a companhia segue apresentando múltiplos atrativos, negociando a EV/EBITDA esperado para 2022 em 3,24x, com precificação do minério abaixo de US$ 100/ton no ano que vem. Então, seguimos com nossa tese de Vale, que deve continuar a se mostrar eficiente na operação e a apresentar alto dividend yield. Esperamos um dividend yield de 9% em 2021.”
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Luis Acosta/Reuters ISA CTEEP (TRPL4) – 5 recomendações (empatado)
Ativa: “A companhia possui participação em 19 projetos de transmissão, detendo uma RAP (receita anual permitida) de R$ 3,247 bilhões durante o ciclo 21-22, sendo quase a totalidade desta corrigida anualmente pelo IPCA, fato que lhe confere previsibilidade em seus fluxos de caixa. A companhia acabou de executar dois importantes movimentos no mercado: a compra da transmissora Ipiratininga-Bandeirantes por R$ 1,6 bilhão e a conquista do lote 7 no leilão de transmissão de dezembro/2020. Isa Cteep segue monitorando oportunidades de crescimento inorgânico através de operações nos mercados primário e secundário. Seu estatuto aponta o pagamento mínimo de 75% do lucro líquido regulatório em proventos. Embora ainda não haja definição quanto ao tema, acreditamos que a aprovação de uma reforma tributária mais robusta pode fazer a companhia optar por distribuir dividendos extraordinários antes da entrada em vigência da nova lei.”
Taesa (TAEE11) – 7 recomendações (empatado)
Ágora: “A Taesa é uma boa opção para Carteiras com foco nos dividendos. Como já comentado em outros momentos, o segmento de transmissão de energia elétrica não depende da demanda por energia, uma vez que suas receitas são pré-estabelecidas, com reajustes por inflação (destacamos que a Taesa não possui dívida atrelada ao dólar). A empresa pode investir em novos projetos e ainda assim seguir com payout elevado, levando a um dividend yield na casa dos 8,5% em 2021/22. Portanto, em função destas caraterísticas, vemos a Taesa como um nome mais resiliente para períodos mais voláteis no mercado.”