O Ibovespa fechou hoje (10) em leve alta de 0,41%, a 105.967 pontos, na esteira da aprovação da PEC (projeto de emenda constitucional) dos Precatórios em segundo turno. A votação ocorreu ontem (9) à noite, e passou na Câmara dos Deputados por 323 votos a 172. Embora ainda seja uma preocupação, o projeto é visto como uma solução “menos pior” para a situação fiscal do país na visão do mercado.
Segundo a equipe econômica da CM Capital, o texto-base do projeto deve encontrar mais resistência no Senado. A corretora também alerta para eventuais ruídos causados pela decisão do STF de suspender a execução orçamentária das emendas de relator.
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Na agenda de indicadores, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses entrou no maior nível do ano, a 10,67%. A inflação também atingiu uma máxima para um mês de outubro em 19 anos após subir 1,25%, limitando os ganhos do dia.
Entre os destaques positivos do índice estão as ações do Bradesco (BBDC4 e BBDC3) e da Petz (PETZ3), que fecharam em altas de 5,65%, 4,72% e 5,09%, respectivamente. “O avanço do Ibovespa está sendo puxado pelos bancos, que estão seguindo o otimismo da aprovação da PEC. O mercado enxerga que, se é ruim com a PEC, seria pior sem ela”, diz Antonio Pedrolin, líder da mesa de renda variável da Blue3.
Em Wall Street, os índices encerraram a quarta-feira no vermelho. O Dow Jones recuou 0,66%, a 36.079 pontos, o S&P 500 registrou queda de 0,82%, a 4.646 pontos, e o Nasdaq caiu 1,66%, a 15.622 pontos.
Divulgado na manhã de hoje, o relatório do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostrou que o índice de preços ao consumidor acumulou alta de 6,2% nos 12 meses até outubro, o maior avanço desde novembro de 1990. A leitura dos investidores é que a inflação tem persistido por conta de gargalos na cadeia de abastecimento e da escassez de mão de obra, e que isso poderia elevar a pressão para que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, aumente os seus juros antes do esperado.
Oito dos 11 principais setores do S&P 500 fecharam em queda nesta quarta-feira, com os papéis de tecnologia e energia ficando entre os principais declínios, estes puxados pelo recuo nos preços internacionais do petróleo.
O dólar fechou em leve alta de 0,05%, negociado a R$ 5,4996, após registrar recuo durante boa parte do dia, com expectativas de que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve a taxa básica de juros em pelo menos 150 pontos-base em sua próxima reunião, na esteira de dados da inflação doméstica acima do esperado. (Com Reuters)