O Ibovespa opera em queda na abertura do pregão de hoje (10), com perda de 0,31%, a 105.207 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado doméstico repercute a aprovação, em segundo turno, da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados e os dados de inflação de outubro. No cenário internacional, os investidores estão à espera da divulgação do índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos. O dólar recua 0,30% ante o real, sendo negociado a R$ 5,4801.
No final da noite de ontem (9), a Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, a PEC dos Precatórios, medida prioritária para o governo por abrir espaço fiscal para viabilizar o pagamento do novo programa social Auxílio Brasil. A votação, porém, impôs uma derrota ao Executivo. Os deputados retiraram um dispositivo que liberava o governo para descumprir a regra de ouro sem autorização do Congresso.
Com a conclusão da votação da proposta em segundo turno, a PEC irá agora ao Senado, onde precisa ser aprovada por 49 dos 81 senadores em dois turnos de votação para entrar em vigor.
A aprovação ocorreu apesar de decisão de mais cedo do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o pagamento das emendas de relator, vistas como decisivas nas articulações em torno da matéria.
Nesta manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a outubro. A inflação do período atingiu 1,25%, após ter alcançado 1,16% no mês anterior. No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 10,67%, contra alta de 10,25% do mês anterior.
“A inflação foi ruim principalmente no qualitativo. Uma das principais altas foi no setor industrial, que mostra ainda uma dificuldade da indústria de suprir a demanda conforme a economia vai voltando ao normal. A dúvida que fica é quando irá normalizar a oferta de produtos para fazer com que a inflação pare de subir. Isso o mercado não sabe, nem aqui, nem lá fora. É um problema global”, afirmou João Beck, economista e sócio da BRA.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Produtor, relativo a outubro, subiu 0,6% ontem, em linha com a estimativa do consenso da Dow Jones. Por lá, a instituição informará hoje o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), assim como os pedidos semanais de seguro desemprego.
Na Ásia, as ações da China fecharam em baixa nesta quarta-feira, após dados mostrarem que a inflação ao produtor no país atingiu o nível mais elevado em 26 anos no mês passado, reduzindo as chances de um corte dos juros pelo banco central no curto prazo.
A alta na inflação ao produtor foi causada pela disparada dos preços do carvão em meio à crise de energia no centro industrial do país, reduzindo mais as margens de lucros para produtores e intensificando os temores de estagflação.
O índice de preços ao produtor disparou 13,5% em outubro na comparação contra o ano anterior, de 10,7% em setembro, informou a Agência Nacional de Estatísticas.
A alta dos preços ao consumidor também acelerou, embora a um ritmo mais lento. O índice de preços ao consumidor avançou 1,5% em outubro sobre o ano anterior, contra alta de 0,7% em setembro.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,74%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em baixa de 0,13%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,53%; e no Japão, o índice Nikkei perdeu 0,61%.
Na Europa, o crescimento da produtividade do trabalho saltou no início da pandemia uma vez que as empresas correram para se adaptar a tecnologias digitais, mas a maior parte dos ganhos corre o risco de corrosão, mostrou nesta quarta-feira estudo do Banco Central Europeu. Alguns economistas esperavam que a rápida adaptação a soluções digitais devido à pandemia de Covid-19 poderia se manter.
Dados até agora sugerem que isso ocorre já que a produtividade está agora mais de 2% acima da vista no último trimestre de 2019, mesmo que tenha recuado um pouco desde o início da recuperação, disse o BCE (Banco Central Europeu) no Boletim Econômico.
Por lá, as bolsas operam em leve queda. O Stoxx 600 perde 0,13%; na Alemanha, o DAX recua 0,07%; o CAC 40 em baixa de 0,31% na França; na Itália, o FTSE MIB cai 0,02%. Já o FTSE 100 tem valorização de 0,54% no Reino Unido.
Commodities
Os contratos futuros do minério de ferro de Dalian atingiram o menor nível em um ano nesta quarta-feira, com as preocupações com a demanda se intensificando devido às restrições à produção de aço da China e ao agravamento da crise de liquidez no setor imobiliário do país.
O contrato do minério de ferro mais negociado de janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian fechou em queda de 4,6%, a 536,50 iuanes (83,85 dólares) a tonelada, após atingir 518,50 iuanes na sessão, o menor valor desde 9 de novembro de 2020.
“As restrições à produção de aço na China suprimiram as expectativas de armazenamento e reposição do minério de ferro no inverno”, escreveram analistas da Zhongzhou Futures Co Ltd em nota.
Por volta das 10h10 da manhã, os futuros do petróleo caíam 0,50%, para US$ 83,73