Os preços do bitcoin caíram drasticamente na última semana e o valor de mercado de criptomoedas acumulou US$ 300 bilhões em perdas em apenas dois dias.
O bitcoin, ativo mais negociado do mercado, viu seu preço reduzir de US$ 69 mil semanas atrás para cerca de US$ 51 mil, uma queda de quase 30%. Esse movimento mais recente de perdas afetou também outras criptomoedas, como ethereum, solana, BNB da Binance, cardano e ripple da XRP. Cada um destes ativos caiu quase 10% em apenas 24 horas.
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Essa súbita liquidação é acompanhada de fortes perdas no mercado de ações, seguindo um anúncio do investidor Louis Navellier. Ele havia afirmado que a redução amplamente esperada de incentivos do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, poderia estourar a bolha do bitcoin e dos criptoativos ao redor do mundo.
“O Fed está diminuindo [os incentivos], e isso deve criar uma correção nos ativos de risco, dos quais o bitcoin faz parte”, escreveu Navellier, em comentários relatados pela primeira vez pelo Insider. “Quanto mais o Fed diminui, mais volatilidade devemos ver nas ações, nos títulos e, sim, no bitcoin também.”
O bitcoin e outras criptomoedas menores permanecem altamente voláteis em comparação com os mercados tradicionais. Afinal, os ganhos com ethereum, solana, BNB da Binance, cardano e ripple da XRP também costumam saltar percentuais de dois dígitos em poucas horas.
Navellier alertou que o preço do bitcoin pode cair para menos de US$ 10.000 por ativo, uma queda de mais de 80% em relação ao valor mais alto registrado no mês passado, de quase US$ 70.000.
Não é a primeira vez que o preço do bitcoin registra quedas deste tipo, embora os investidores do setor permaneçam confiantes de que o preço ainda estará muito mais alto nos próximos anos.
“Eu consideraria uma média móvel de 200 dias com declínio abaixo de US$ 46.000 como uma bandeira amarela. E um declínio abaixo da mínima de US$ 28.500 como um indicativo que aponta para um declínio abaixo de US$ 10.000, que sem dúvidas corresponderia a muitas das múltiplas quedas de mais 80% em sua história”, escreveu Navellier.
Navellier, que observa os mercados e seleciona ações desde os anos 90, apontou os enormes gastos com publicidade das empresas de criptografia como evidência de obsessão no mercado de bitcoin e criptografia. Plataformas de negociação como Crypto.com e FTX causaram espanto com campanhas multimilionárias e acordos de patrocínio nos últimos meses.
A escalada do preço do bitcoin, que levou a criptomoeda de US$ 4.000 em março de 2020 a máximas de cerca de US$ 69.000 em novembro deste ano, começou no ano passado. Pelo menos parte deste movimento está relacionado às medidas de estímulo tomadas pelo Federal Reserve e outros bancos centrais ao redor do mundo em resposta ao impacto econômico da pandemia Covid-19 e às medidas para contê-la.
A alta do bitcoin aumentou a capitalização do mercado de criptomoedas em cerca de US$ 500 bilhões no ano passado para picos de US$ 3 trilhões no último mês. Muitos desses ganhos vieram de enormes aumentos de preços em criptomoedas menores, com o ethereum e seus rivais BNB, solana e cardano superando o bitcoin nos últimos 12 meses.
O Fed está agora começando a ajustar sua política econômica após um forte aumento da inflação e uma recuperação do mercado de trabalho. Enquanto os dados de emprego de novembro ficaram abaixo das expectativas, a taxa de desemprego caiu para 4,2%, ante 4,6% em outubro – seu ponto mais baixo em mais de um ano.
Na semana passada, o bilionário investidor em criptoativos Mike Novogratz alertou o presidente do Fed, Jerome Powell, que a política monetária poderia desencadear um colapso do mercado de bitcoins e criptos em 2022.