A Vale (VALE3) ocupou o primeiro lugar do ranking da Forbes de ações recomendadas para dezembro, realizado a partir da análise de 21 carteiras de bancos e corretoras. Com 14 indicações, essa é a 13a vez que a mineradora lidera a lista. A expectativa de retomada das economias globais, que poderá levar a uma maior demanda do minério de ferro, é o principal ponto positivo citado pelos analistas.
No mês passado, a Petrobras (PETR4) havia liderado as recomendações ao lado da Vale, com 11 indicações. Em dezembro, porém, a petroleira foi rebaixada ao segundo lugar, com oito indicações.
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“O principal ponto de atenção segue sendo a possibilidade de interferência na política de preços da [empresa], porém acreditamos que esse risco é limitado, uma vez que a legislação e seu o estatuto trazem alguma proteção contra ingerências políticas”, dizem analistas do Banco Safra, que optaram por manter a ação na carteira do mês, citando como motivo a redução do endividamento da empresa.
Nos últimos meses, a política de preços de combustíveis da Petrobras, que determina a paridade com o mercado internacional, foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. O mandatário afirmou que o governo avalia alterar as regras para conter o aumento dos combustíveis.
Algumas corretoras, como a CM Capital e a MyCap, substituíram a Petrobras pela PetroRio (PRIO3), que recebeu seis indicações, ficando em quarto lugar. A companhia está finalizando o processo de aquisição do campo de Albacora, que, se concluída, tem potencial de triplicar a sua produção.
Do início do ano até a última quarta-feira (1º), dia em que a maioria das carteiras recomendadas foram divulgadas, a Petrobras apresentou valorização de 4,55%, enquanto a PetroRio subiu cerca de 45,18%.
Em terceiro lugar, ficou a Weg (WEGE3), com sete indicações. A diversidade de atuação da empresa e sua exposição ao mercado externo são considerados os principais atrativos. “A Weg possui um perfil diversificado de receita, com vasto portfólio de produtos e exposição em diversas geografias (unidades fabris em 12 países e presença comercial em mais de 135 países). Acreditamos que a WEG está bem posicionada para sustentar seu sólido perfil de valor”, afirmam analistas da XP Investimentos.
Confira as ações recomendadas pelos 21 bancos e corretoras consultados pela Forbes, e comentários de analistas sobre os papéis de maior destaque em dezembro.
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Washington Alves/Reuters Vale (VALE3) – 14 recomendações
Órama:
Acreditamos que a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro, principalmente em países como a China.
Além da citada retomada, vemos no horizonte estímulos para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda por minério no futuro. Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e, consequentemente, beneficiado as mineradoras de forma geral.
Ativa:
Seguimos acreditando que a demanda da China, maior consumidora global de minério de ferro, deve continuar pressionada diante das limitações na produção de aço ocorridas no país devido às maiores restrições ambientais e a desaceleração das atividades do setor de construção. Sendo assim, seguimos céticos quanto à capacidade de elevação da rentabilidade da operação de minerais ferrosos por parte da Vale no curto prazo.
Destacamos ainda que não observamos redução gradual na dinâmica de custos, que segue limitando a obtenção de maiores margens por parte da companhia, sobretudo em função dos maiores dispêndios logísticos. Desta forma, seguimos preferindo empresas e setores com menores assimetrias e melhores relações risco x retorno.
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Paulo Whitaker/Reuters Petrobras (PETR4) – 8 indicações
Toro:
Atuando de maneira integrada na exploração e produção de petróleo, a Petrobras (PETR4) vem executando de forma positiva o seu plano de reestruturação, que se baseia na estratégia de gestão de portfólio, através de vendas e desinvestimentos.
Apesar da perspectiva de desaceleração da retomada econômica, diante da divulgação de dados econômicos mais fracos, acreditamos que a Petrobras continuará se beneficiando da atuação de forma monopolista na produção e refino de petróleo no Brasil, contando ainda com uma forte geração de caixa e com um portfólio diversificado em geografia e clientes.
Analisando os preços, acreditamos que, se a Petrobras conseguir superar a barreira dos R$ 30,00, o movimento comprador pode intensificar.
Ágora:
Reconhecemos que a Petrobras é um nome potencialmente mais volátil à medida que nos aproximamos das eleições em 2022. Entretanto, entendemos que a atual relação risco x retorno continue apontando para uma oportunidade de compra.
Recentemente a companhia divulgou seu novo plano estratégico para o período de 2022 a 2026, com maiores investimentos, curva de produção mais forte, iniciativas de ESG e dividendos robustos. Sobre esse último ponto, a Petrobras passará a pagar dividendos trimestralmente e a empresa acrescentou uma política de dividendos mínimos de US$ 4 bilhões (cerca de 6% de rendimento ou dividend yield), para os anos em que o Brent tiver média superior a US$ 40, independentemente do nível de endividamento.
No geral, gostamos do plano estratégico. Muito sóbrio, e mais uma vez mostrando a força dos ativos de longo ciclo do pré-sal que permitem uma sólida remuneração ao acionista, mesmo após grandes investimentos em exploração, desenvolvimento e produção. Um risco chave a ser monitorado é a política de preços dos combustíveis praticada pela companhia.
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Divulgação Weg (WEGE3) – 7 indicações
Guide:
Sustentamos nossa recomendação em Weg, que possui como principais destaques: (i) a expansão contínua no cenário externo, através de acordos locais ou M&A; (ii) ganho contínuo de market share; (iii) retomada da economia brasileira; (iv) posicionamento de liderança como fornecedor no segmento de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia).
A empresa tem mostrado boa performance dentro do setor industrial nos últimos anos. Sua receita tem sido beneficiada pela depreciação do real, que segue crescendo como reflexo do cenário externo frente ao coronavírus, pela recuperação da demanda industrial e pelo crescimento do mercado.
Além disso, a companhia vem se beneficiando de uma expansão na sua margem Ebitda puxada por ganhos de eficiência em função da adoção de práticas da Indústria 4.0. A companhia não reduziu seu ritmo de investimentos durante a recente crise, gerando nesse momento uma vantagem competitiva em relação aos players locais.
NuInvest:
Resiliência, consistência e lucratividade. Mesmo passando por diversos ciclos desafiadores, a Weg entregou, de 2010 a 2020, um crescimento de receita de quase 15% ao ano, alcançando uma receita líquida de mais de R$ 17 bilhões no ano de 2020.
Atuando como fornecedora para diversos setores estratégicos e mercados distintos, ainda há um enorme potencial de crescimento para a WEG nos próximos anos, como por exemplo; a tendência global na busca de fontes renováveis de energia e motores elétricos mais eficientes de carros elétricos. Em todas essas demandas globais, a Weg se encontra preparada e bem posicionada para atuar.
Vale (VALE3) – 14 recomendações
Órama:
Acreditamos que a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro, principalmente em países como a China.
Além da citada retomada, vemos no horizonte estímulos para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda por minério no futuro. Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e, consequentemente, beneficiado as mineradoras de forma geral.
Ativa:
Seguimos acreditando que a demanda da China, maior consumidora global de minério de ferro, deve continuar pressionada diante das limitações na produção de aço ocorridas no país devido às maiores restrições ambientais e a desaceleração das atividades do setor de construção. Sendo assim, seguimos céticos quanto à capacidade de elevação da rentabilidade da operação de minerais ferrosos por parte da Vale no curto prazo.
Destacamos ainda que não observamos redução gradual na dinâmica de custos, que segue limitando a obtenção de maiores margens por parte da companhia, sobretudo em função dos maiores dispêndios logísticos. Desta forma, seguimos preferindo empresas e setores com menores assimetrias e melhores relações risco x retorno.