O Ibovespa opera em alta de 0,58% na abertura do pregão de hoje (10), a 106.095 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Tanto no Brasil, quanto no exterior, as expectativas do dia estão voltadas para os dados de inflação. No mercado internacional, os economistas adotam postura mais conservadora, atentos ao noticiário sobre a variante Ômicron e a dados mais fracos de crédito na China.
O dólar sobe 0,09% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,5775.
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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de novembro, apresentou um avanço de 0,95% em relação a outubro. A variação é a maior para o mês de novembro desde 2015, mas veio abaixo do consenso dos economistas consultados pela Refinitiv, que esperavam alta mensal de 1,08% e variação anual de 10,88%
Em 2021, a inflação acumula alta de 9,26% e, nos últimos 12 meses, sobe 10,74%, acima dos 10,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O acumulado dos últimos 12 meses é o mais alto desde novembro de 2003 (11,02%).
“É muito provável que o IPCA, no fechamento do ano de 2021, fique acima de dois dígitos. O que contribuiu para o peso no mês foi a conta de transportes, que sofreu com a alta nos preços da gasolina”, avaliou Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Em Brasília, o Ministério da Economia enviou um ofício ao relator-geral do Orçamento no qual estima valor médio mensal de R$ 415 para beneficiários do Auxílio Brasil. A expectativa abrange a inclusão de famílias elegíveis ao programa até 30 de novembro deste ano.
O documento foi enviado na mesma semana em que o Congresso Nacional promulgou os trechos da PEC dos Precatórios nos quais há consenso entre Câmara e Senado, abrindo espaço fiscal de R$ 60 bilhões para o pagamento do benefício, que substitui o Bolsa Família.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, o foco do dia são os dados de preços ao consumidor de novembro, com o mercado em busca de pistas sobre a possibilidade de uma redução mais rápida de estímulos pelo Federal Reserve e aumentos das taxas de juros.
Na Ásia, as ações da China fecharam em baixa após chegarem ao nível mais alto em mais de quatro meses na sessão anterior, com alguns investidores realizando lucros depois de dados de crédito abaixo das expectativas de analistas.
Os novos empréstimos bancários na China aumentaram menos do que o esperado em novembro em relação a outubro, mesmo com o banco central chinês buscando estimular o crescimento na segunda maior economia do mundo.
“Os dados de crédito e de agregados monetários mais fracos do que o esperado sugerem que a demanda por crédito permanece fraca em meio à desaceleração em curso do crescimento”, disse o Nomura em nota.
O Banco Central do Japão deve debater na próxima semana a redução do financiamento de emergência. O programa foi implantado no ano passado para combater uma crise de caixa causada pela pandemia, seguindo outros bancos centrais na eliminação gradual de políticas de estímulos.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,07%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,03%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,18%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 1%.
Na Europa, as ações caem nesta sexta-feira, com puxadas pelo nervosismo em torno do aumento das infecções por Covid-19.
Os papéis de tecnologia lideravam as perdas com quedas de 1%. As empresas de entrega de alimentos Deliveroo e Just Eat Takeaway cediam mais de 1% cada, aprofundando as perdas na semana passada devido a preocupações de que uma decisão da Comissão Europeia possa prejudicar os lucros.
Às 10h10 de Brasília, o Stoxx 600 perdia 0,17%; na Alemanha, o DAX subia 0,03%; o CAC 40 em queda de 0,05% na França; na Itália, o FTSE MIB subia 1,77%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,01% no Reino Unido.
Commodities
Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta sexta-feira. O aumento nos estoques da matéria-prima siderúrgica na principal produtora de aço, a China, juntamente com a fraca demanda, sinalizam que os preços podem recuar ainda mais em 2022.
O minério de ferro para entrega em maio na Bolsa de Commodities de Dalian fechou em queda de 0,7%, a 639,50 iuanes (US$ 100,46) a tonelada.
O contrato de referência, no entanto, estava a caminho de sua terceira alta semanal consecutiva, apoiado no otimismo sobre as medidas de estímulo da China para impulsionar seu crescimento econômico e seus incorporadores imobiliários em crise.