As ações do grupo francês de varejo Casino, controlador do GPA e do Assaí no Brasil, despencavam hoje (31), depois que a empresa cortou estimativa de lucro para suas operações na França, despertando preocupações dos investidores sobre sua capacidade de aumentar o fluxo de caixa em um mercado doméstico desafiador.
O Casino disse que a redução da projeção deve-se a um declínio maior do que o esperado no mercado de alimentos da França no quarto trimestre, principalmente na região de Paris, onde a empresa tem grande presença por meio das lojas Monoprix — entre as principais contribuições de lucro da companhia.
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Às 11h14 (horário de Brasília), as ações do Casino despencavam mais de 15% na bolsa de Paris. O movimento também pesava sobre o rival Carrefour, cujas ações tinham queda de 6%.
Analistas do Jefferies disseram que o foco está agora em determinar “como as pressões sobre o lucro estão se traduzindo em fluxo de caixa e alavancagem”. O Casino divulga seus resultados anuais em 25 de fevereiro.
O grupo, que anteriormente havia previsto crescimento de lucro este ano na França, projeta agora uma queda de 1,7% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2021 em suas operações de varejo na França, para cerca de € 1,28 bilhão (US$ 1,43 bilhão).
Os analistas da Jefferies destacaram a forte exposição do Casino a lojas de conveniência nos centros das cidades, principalmente na região de Paris, onde a empresa disse que as vendas de alimentos caíram 5,6% no quarto trimestre. “A combinação de viagens turísticas ainda deprimidas e uma recuperação da alimentação fora de casa no final de 2021 foi provavelmente uma receita tóxica para os importantes geradores de lucro do Casino, Monoprix/Franprix”, escreveram.
Em novembro, o Casino informou que suas vendas na França caíram 4,3% no terceiro trimestre, depois de recuarem 8,4% nos três meses anteriores, impactadas por uma queda no tráfego de turistas na área de Paris devido a medidas de isolamento social.
“Vemos os problemas do Casino principalmente como específicos da empresa e não vemos risco para a orientação do Carrefour neste momento”, disseram analistas do JPMorgan, em nota.