O Ibovespa opera em queda de 0,44% na abertura do pregão de hoje (31), a 111.422 pontos, às 10h23, horário de Brasília. Pesa no índice a divulgação do Boletim Focus, que voltou a aumentar, pela terceira semana consecutiva, as projeções para a inflação em 2022.
As expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiram para 5,38% em 2022 e 3,50% em 2023. A perspectiva para este ano vai ainda mais além do teto da meta, cujo centro é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
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Apesar da piora no cenário inflacionário, os especialistas consultados seguem vendo a taxa básica de juros Selic a 11,75% ao final deste ano, e a 8,0% ao fim de 2023.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), na quarta-feira (2), também permanece no radar dos investidores. “Imagino que o Banco Central escreva um comunicado com flexibilidade suficiente para replicar a alta de 150 pontos-base em março ou fazer menos se as condições assim permitirem”, afirmou Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, à Reuters.
O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta manhã, mostrou que o Brasil fechou 265.811 vagas formais de trabalho em dezembro, resultando em um saldo positivo de 2.730.597 empregos em 2021, o melhor ano da série histórica iniciada em 2010.
O dólar opera em queda de 0,22%, sendo negociado a R$ 5,3786 na venda, em início de semana marcada por decisões de política monetária no Brasil e na Europa.
Nos Estados Unidos, os índices futuros registram queda. Apesar da melhora registrada no fim da semana passada, as preocupações sobre a alta de juros devem levar a perdas expressivas no acumulado de janeiro, com o Nasdaq a caminho de registrar seu pior mês desde março de 2020.
Na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei ampliou seu rali da semana passada, impulsionado pelo setor de tecnologia. A Sony e o SoftBank Group fecharam em altas de mais de 3%, reagindo ao bom desempenho de seus pares norte-americanos.
O tom otimista também foi favorecido pela fala do primeiro-ministro do Japão, que afirmou não estar avaliando um novo estado de emergência no país, apesar da disseminação da variante Ômicron da Covid-19.
O volume de negociações foi baixo na região devido ao feriado do Ano Novo Lunar.
O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,07%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 1,42%. Já no Japão, o índice Nikkei ganhou 1,07%, enquanto o Shangai, na China continental, caiu 0,97%.
Na Europa, os principais índices operam sem direção única. Investidores estão de olho no desenvolvimento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, e à espera da reunião do Conselho de Segurança da ONU, programada para ocorrer hoje.
Dados econômicos da região também entram no radar desta segunda-feira. Segundo estimativa divulgada pela Eurostat, o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro cresceu 5,2% em 2021, embora tenha desacelerado no quarto trimestre. O bom desempenho da França e Itália compensaram um crescimento muito mais fraco na Alemanha.
Por volta das 10h23, o Stoxx 600 ganhava 0,43%; na Alemanha, o DAX subia 0,38%; o CAC 40 operava em queda de 0,20% na França; na Itália, o FTSE MIB ganhava 0,60%; enquanto o FTSE 100 tinha queda de 0,05%, no Reino Unido.
No cenário das commodities, os preços do petróleo continuam a avançar, influenciados pela crise na Ucrânia e pela perspectiva de redução de estoques da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo).
De acordo com Anatole Kaletsky, da Gavekal Research, o barril de petróleo pode ultrapassar US$ 100 se o presidente russo, Vladimir Putin, cortar o fornecimento de gás natural para a Europa.
“Isso resultaria em uma crise de inflação global comparável à crise petrolífera de 1973-74”, afirmou Kaletsky. “E provavelmente seria seguido por um aperto drástico na política monetária e um mercado de baixa profundo.” (Com Reuters)