A circulação da Ômicron no Brasil traz à tona, mais uma vez, incertezas para os planos em diferentes contextos. Pela experiência que os últimos dois anos trouxeram, uma coisa é certa: precisamos seguir firmes e resilientes em direção à luz no fim do túnel.
Com poucos dias de 2022, está mais do que na hora de os empresários se planejarem para este novo ano. Se ainda há inúmeras incertezas no horizonte, seja no campo sanitário ou nos cenários político e econômico, assuntos sobre os quais um empreendedor, sozinho, não tem condições de fazer grandes intervenções, há também uma série de pontos que o empresário pode, sim, trabalhar para obter melhores resultados.
Um bom ponto de partida neste sentido é investir algum tempo em uma boa análise SWOT de seu negócio. A sigla vem das iniciais em inglês para forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).
Em resumo, a análise SWOT propõe a avaliação dos ambientes interno e externo. No cenário externo, que apresenta suas ameaças e oportunidades específicas, estão contidos indicadores, condições e variáveis que não são controláveis. Nesses aspectos incluem-se fatores governamentais, demográficos, comportamentais e psicológicos dos locais onde o objeto a ser analisado – no caso, a empresa – está inserido.
Já no cenário interno – e é neste ponto que devemos prestar mais atenção – inserem-se assuntos como a própria empresa, seus funcionários, fornecedores, distribuidores e clientes. E, diferentemente dos fatores externos, esses são pontos sobre os quais o empresário pode, com suas ações, contribuir positiva ou negativamente – tudo depende de sua postura.
É importante notar que, em praticamente todos os casos mencionados, as pessoas estão no centro das atenções. À exceção de questões estruturais, como saúde financeira, estrutura física e aspectos tecnológicos, por exemplo, todos os outros pontos dependem, fundamentalmente, da interação do empresário com seus stakeholders – sejam eles franqueados, franqueadores, colaboradores, fornecedores, distribuidores, clientes, etc.
Apenas para ilustrar, imagine o impacto para uma rede de franquias que um – apenas um! – funcionário descontente pode causar. Digamos que, inconformado com o franqueado (seu chefe, no caso), por alguma razão, este funcionário resolva descontar seu descontentamento nos clientes de forma rude, grosseira ou mal-educada. Resultado: aos olhos daqueles clientes maltratados, quem estará sendo rude, grosseiro ou mal-educado não será o funcionário em si, mas aquela unidade franqueada ou até mesmo a marca que ele representa.
Agora imagine o estrago que uma situação como esta pode causar para uma empresa e avalie a importância de o empresário procurar manter as melhores práticas de gestão e comunicação com todos os elos de sua cadeia. Em tempos de “cancelamento” virtual, quando marcas ou empresas são linchadas virtualmente – às vezes, por pequenos deslizes –, é fundamental redobrar os cuidados no sentido de se manter um ambiente e relações saudáveis com todos os seus interlocutores.
Claro, um ecossistema 100% saudável não se constrói do dia para a noite. É preciso investir em pessoas, processos e em ferramentas de comunicação e gestão capazes de fazer a máquina rodar de forma suave, sem sobressaltos. É necessário construir uma atmosfera agradável de trabalho para a equipe e atrativa para os clientes, e criar condições para que a empresa mantenha ou aumente sua lucratividade.
Perceba que na conjectura acima mencionei apenas dois diferentes atores – funcionários e clientes. E, na lista de variáveis controláveis – digamos assim – por um empresário, podemos incluir muito mais: as finanças, a estrutura física, as ferramentas tecnológicas e todas as outras interfaces de interação, como franqueados, franqueadores, fornecedores e distribuidores.
Resumindo: para ser bem-sucedido, um empresário precisa estar sempre atento a todos esses fatores. Eu sei, é difícil. Mas, se você achar que não consegue dar conta de tudo sozinho, sugiro que busque o auxílio de pessoas de sua confiança, com as quais possa contar para organizar e estruturar tudo o que precisa ser organizado.
A boa notícia é que o início do ano é sempre um bom momento para se pensar nos erros e acertos dos últimos meses e, principalmente, para se investir na preparação de um robusto plano de estratégias e ações neste ano.
Se você chegou até aqui na leitura deste texto, é porque está disposto a investir algum tempo em prol de melhorias no seu negócio. Então, mãos à obra! E que 2022 seja um ano de recuperação para todos nós!
José Carlos Semenzato é presidente do conselho da SMZTO, fundo de private equity especializado em franquias, e um dos investidores do programa “Shark Tank Brasil”, da Sony Channel.
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