O escritor Olavo de Carvalho, 74 anos, morreu ontem, no estado norte-americano da Virgínia, onde morava. A morte foi comunicada pela família nas redes sociais de Carvalho, mas a causa não foi revelada oficialmente. No entanto, na última mensagem na lista de Telegram do escritor, foi informado, no dia 15 de janeiro, que ele estava com Covid-19. No aviso, foi dito que Carvalho estava com a doença mas “já se recuperava”. Depois disso, nada mais foi publicado até o aviso da morte.
Uma das filhas de Carvalho, Heloísa, que tinha relação rompida com o pai, postou em sua rede social que o pai foi vítima da Covid-19. A família não confirmou a informação e a causa da morte oficial permanece não revelada.
Em julho de 2021, Olavo foi internado às pressas no Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) para uma cirurgia rena.. Pouco antes, havia retirado um câncer da bexiga em um cirurgia nos EUA. Também tinha problemas no coração.
Negacionista e antivacina, Carvalho fez inúmeros posts minimizando a pandemia e levantando teorias conspiratórias. Ainda em maio de 2020, no início da epidemia, disse que o vírus não passava de “historinha de terror” para “acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão”.
Astrólogo, jornalista e autodenominado filósofo, Olavo de Carvalho não tinha formação superior completa, mas chegou a fazer três anos de filosofia na PUC-RJ. Tem mais de duas dezenas de livros publicados, mas passou a ter destaque de fato quando foi adotado como guru do bolsonarismo, ao ter entre seus alunos, em seminários online de filosofia, nomes como o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e outros nomes fortes do governo.
Ainda na madrugada, Bolsonaro usou suas redes sociais para elogiar Carvalho.
“Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o filósofo e professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre”, escreveu o presidente, que raramente se manifesta sobre a morte de personalidades.
Também de forma atípica, o governo brasileiro divulgou uma nota oficial lamentando a morte de Carvalho, a quem chamou de “intransigente defensor da liberdade”, assinada pela Secretaria de Cultura, Secretaria de Comunicação da Presidência e governo federal em geral.