A arrecadação federal somou 235,3 bilhões de reais em janeiro, alta real de 18,3% sobre o mesmo mês do ano passado, informou a Receita Federal hoje (23).
Foi o melhor desempenho para o mês da série corrigida pela inflação, que tem início em 1995, performance que a Receita atribuiu a fatores macroeconômicos, mas também a recolhimentos atípicos e à alta do petróleo, que afeta o pagamento de royalties.
As receitas administradas pela Receita Federal, que abrangem impostos e contribuições, cresceram 14,7% no mês na comparação anual, para 217,421 bilhões de reais.
Essa alta foi impactada por um aumento de mais de 100% da arrecadação do ajuste anual do IRPJ/CSLL feito pelas empresas que recolhem esse pagamento ao longo do ano com base no lucro estimado, o que gerou um aumento de receita de 12,6 bilhões de reais para o governo. Sem esse fator classificado como atípico pela Receita, a arrecadação tributária teria aumentado 9,2%.
Já as receitas administradas por outros órgãos, que incluem royalties, cresceram 92,5% em janeiro, a 17,9 bilhões de reais, refletindo ganhos com o aumento dos preços das commodities –particularmente petróleo– em reais.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que o setor de commodities também tem um peso importante na arrecadação tributária, para além dos royalties.
“O setor vinculado a commodities teve um desempenho extraordinário em 2021. Se esse desempenho continuar em 2022, vamos ter desse setor também um desempenho extraordinário na arrecadação, ainda que a economia possua outro ritmo de crescimento”, disse.
Entre os fatores macroeconômicos que podem ter favorecido a arrecadação em janeiro, a Receita destacou o desempenho do setor de serviços no mês anterior, quando houve crescimento de 10% na comparação anual. Já o varejo e a produção industrial recuaram no período.
Economistas também têm apontado o impacto da inflação elevada sobre a arrecadação, na medida em que os preços sobre os quais incidem a tributação estão mais elevados.