O Ibovespa opera em queda de 0,73% na abertura do pregão de hoje (4), a 110.881 pontos, às 10h24, horário de Brasília. Investidores aguardam a divulgação do “payroll”, relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, referente a janeiro.
“Nós esperamos que o Departamento de Trabalho anuncie uma perda de empregos em janeiro. Isso é o reflexo negativo da variante Ômicron sobre as intenções das empresas em contratar”, comenta Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.
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Resultados fora do esperado pelo mercado podem contribuir para uma aceleração ou desaceleração da alta de juros e da retirada de estímulos pelo Federal Reserve, banco central do país. As estimativas dos analistas de mercado apontam para fechamento de 400 mil postos de trabalho e criação de 385 mil.
Economistas e autoridades da Casa Branca, porém, recomendaram não tirar muitas conclusões dos dados.
“O contratempo no mercado de trabalho e os empregos perdidos são temporários. O perigo da inflação é o mais importante na cabeça das autoridades do Fed”, diz Christopher Rupkey, economista-chefe do Fwdbonds.
O dólar opera em alta de 0,04%, sendo negociado a R$ 5,2986 na venda, mas a caminho de registrar sua quarta semana consecutiva de perdas contra o real.
Nos Estados Unidos, os índices futuros registram desempenhos mistos. Ontem, as ações foram abaladas pelo balanço financeiro decepcionante da Meta Platforms, que culpou as mudanças de privacidade da Apple e o aumento da concorrência de rivais como o TikTok pelos resultados aquém do esperado.
Na Ásia, o índice acionário japonês Nikkei fechou em alta, recuperando-se da queda de ontem. O presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse que o país precisa manter a sua política monetária ultraflexível, uma vez que a inflação no país permanece bem abaixo de outras economias.
O presidente descartou a visão de que o país poderia seguir os passos de pares mais “hawkish” (referente a uma política econômica mais contracionista) nos Estados Unidos e na Europa.
Já as ações de Hong Kong saltaram nesta sexta-feira, registrando a melhor sessão em duas semanas, com marcas esportivas se destacando diante do início das Olimpíadas de Inverno de Pequim.
O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 3,24%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,24%. Já no Japão, o índice Nikkei ganhou 0,73%, enquanto o Shangai, na China continental, permaneceu fechado por conta do feriado local.
Na Europa, os principais índices operam em queda. Segundo dados da Eurostat, as vendas no varejo da zona do euro foram muito mais fracas do que o esperado em dezembro, apesar da temporada de compras de Natal, em meio a uma alta recorde nos preços ao consumidor.
As vendas caíram 3% na comparação mensal e aumentaram 2,0% na base anual. Economistas esperavam recuo de 0,5% e avanço de 5,1%, respectivamente.
Já uma pesquisa publicada pelo BCE (Banco Central Europeu) mostrou que a inflação na zona do euro pode ficar abaixo de 2% em 2023, um dia depois de a instituição ter alertado sobre o aumento das pressões dos preços ao consumidor.
A inflação atingiu máxima recorde de 5,1% no mês passado, mais de duas vezes a meta de 2% do BCE e acima das projeções, indicando que o banco tem dificuldades para entender completamente as atuais tendências de preços.
Por volta das 10h24, o Stoxx 600 perdia 1%; na Alemanha, o DAX recuava 1,38%; o CAC 40 operava em queda de 0,70% na França; na Itália, o FTSE MIB caía 1,51%; enquanto o FTSE 100 tinha ganhos de 0,09%, no Reino Unido.
No cenário das commodities, os preços do petróleo continuam a avançar. Segundo analistas, os valores devem ultrapassar US$ 100 por barril devido à forte demanda global e aos temores sobre uma possível guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Ontem, o petróleo Brent ultrapassou a marca de US$ 90 por barril pela primeira vez desde 2014. (Com Reuters)