O Ibovespa fechou hoje (18) em queda de 0,57%, a 112.879 pontos, recuando 1% no acumulado da semana e rompendo a sequência de cinco semanas consecutivas de alta. O índice acompanhou os mercados exteriores e ficou à mercê de uma montanha-russa de informações sobre as tensões na Ucrânia.
Porém, para Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, as perdas foram limitadas. “Apesar da grande volatilidade por conta da questão geopolítica, segue no centro das atenções um fluxo de investidores estrangeiros vindo para o Brasil via renda fixa e variável.”
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As commodities também contribuíram para o desempenho do índice. Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) encerraram o dia com ganhos de 0,61% e 0,21%, respectivamente, com os preços do minério de ferro e do petróleo voltando a subir no mercado internacional.
Os destaques positivos da sessão incluíram os papéis do Cielo (CIEL3), MRV (MRVE3) e EDP Brasil (ENBR3), que avançaram 11,90%, 2,73% e 2,13%, respectivamente. A Cielo ganhou impulso após acertar a venda de sua participação na norte-americana Merchant e-Solutions para uma unidade da Integrum Holdings por até US$ 290 milhões.
Em Wall Street, as bolsas fecharam no vermelho, encerrando a segunda semana consecutiva de perdas, também em reação aos temores na Ucrânia. O Dow Jones caiu 0,68%, a 34.079 pontos; o S&P 500 recuou 0,72%, a 4.348 pontos; e o Nasdaq cedeu 1,23%, a 13.548 pontos.
“Essas preocupações geopolíticas não têm necessariamente um impacto direto nos mercados de capitais, mas têm a capacidade de criar incerteza”, diz Robert Pavlik, gestor sênior de portfólio da Dakota Wealth em Fairfield, Connecticut.
No S&P, os setores defensivos subiram, com de materiais liderando com alta de 0,24%, enquanto as ações de empresas de tecnologia recuaram 0,89%.
O dólar encerrou o dia em queda de 0,52%, negociado a R$ 5,1400 na venda. A moeda contrariou a tendência internacional de aversão a risco e caiu ante o real, engatando a sexta semana consecutiva de perdas.
Segundo Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, os atritos na fronteira da Ucrânia também podem acabar trabalhando a favor dos ativos brasileiros.
A Ucrânia é importante produtora de milho, e uma eventual escalada nas tensões geopolíticas que interrompa a produção do país pode elevar o interesse de investidores internacionais nas safras brasileiras. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial do grão, atrás de Estados Unidos e China. (Com Reuters)