O Ibovespa opera em queda de 2,15% na abertura do pregão de hoje (24), a 109.601 pontos, às 10h25, horário de Brasília. O índice acompanha o movimento cauteloso dos mercados internacionais, que voltam suas atenções para o conflito na Ucrânia.
A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia por terra, ar e mar nesta quinta-feira, o maior ataque visto na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Explosões puderam ser ouvidas antes do amanhecer na capital ucraniana, Kiev, e tiros foram disparados perto do aeroporto principal.
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Em uma declaração televisionada nas primeiras horas do dia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que havia ordenado “uma operação militar especial” para proteger cidadãos russos que haviam sido submetidos a “genocídio” na Ucrânia.
“O contágio principal é via commodities, principalmente energéticas e agrícolas. A alta das commodities se soma ao cenário de inflação alta em todo mundo e pode ocasionar um aperto monetário maior do que o projetado”, comenta João Beck, economista e sócio da BRA.
No cenário doméstico, os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) registram altas de 0,96% e 2,01%, impulsionados pelo salto nos preços do petróleo.
“A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo e o segundo maior exportador de petróleo. Devido aos baixos estoques e à diminuição da capacidade ociosa, o mercado de petróleo não pode arcar com grandes interrupções no fornecimento”, afirma Giovanni Staunovo, analista do UBS.
A pesquisa Pnad Contínua mostrou que o Brasil encerrou o quarto trimestre de 2021 com recuo da taxa de desemprego para o nível mais baixo desde o final de 2019, mas ainda com 12 milhões de desempregados e com o menor nível histórico do rendimento real. A taxa atingiu 11,1% nos três meses até dezembro, ante 14,2% na base anual.
Já o Banco Central divulgou hoje que o estoque total de crédito no Brasil ficou estável em janeiro na comparação com o mês anterior, a R$ 4,671 trilhões de reais, correspondente a 53,3% do PIB (Produto Interno Bruto).
O dólar opera em alta de 1,78%, negociado a R$ 5,0935 na venda, acompanhando movimento internacional de busca por segurança.
Na Ásia, o mercado acionário chinês fechou em queda. A China reiterou o pedido para que todas as partes envolvidas na situação na Ucrânia exerçam moderação, e rejeitou a afirmação feita por um jornalista estrangeiro de que as ações da Rússia são uma invasão.
“Os mercados acionários asiáticos em geral registraram perdas significativas hoje, e a piora da situação na Ucrânia os impactou ainda mais”, disse Kenny Ng, estrategista do China Everbright Securities International.
O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 3,21%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em baixa de 4,72%. Já no Japão, o índice Nikkei recuou 1,81%, enquanto o Shangai, na China continental, cedeu 1,70%.
Na Europa, os principais índices operam em baixa, após a invasão da Ucrânia pela Rússia levantar temores de que uma guerra irá alimentar a inflação e atrapalhar o crescimento econômico da região.
O mercado acionário alemão liderava as perdas entre os índices regionais, devido a preocupações com a forte dependência do país do fornecimento de energia da Rússia. Já um aumento nos preços do petróleo – que superaram os US$ 100 o barril – ajudava a limitar as perdas no Reino Unido.
A Rússia também é um grande produtor de alumínio, níquel, platina, paládio, urânio, titânio, carvão, madeira e fertilizantes. Preocupações com o fornecimento de alumínio levaram a commodity a um recorde de US$ 3.449 a tonelada, um ganho de 21% até agora este ano.
Os preços do gás no Reino Unido e na Holanda subiram entre 30% e 40%, e os futuros do trigo em Chicago saltaram para uma máxima de 9 anos e meio.
Autoridades do BCE (Banco Central Europeu) se reúnem hoje para um “encontro informal”, que deve se tornar um encontro de crise, com o objetivo de preparar uma decisão sobre o provável fim do programa de compra de títulos e abrir caminho para a alta de juros.
Por volta das 10h25, o Stoxx 600 perdia 4,10%; na Alemanha, o DAX recuava 5,20%; na França, o CAC 40 operava em baixa de 4,86%; na Itália, o FTSE MIB caía 5,28%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 cedia 3,18%. (Com Reuters)