A inflação anual da Turquia disparou para uma máxima de 20 anos de 48,69% em janeiro, mostraram dados hoje (3), alimentada pela pressão do presidente Tayyip Erdogan por cortes não ortodoxos de juros e consequente queda da lira no ano passado.
Os preços ao consumidor saltaram 11,1% em relação ao mês anterior, informou o Instituto de Estatísticas Turco, corroendo a renda da população. Ambas as medidas ficaram acima do esperado em pesquisa da Reuters, de avanços de 9,8% no mês e de 46,7% no ano.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
A lira enfraqueceu 44% no ano passado, depois que o banco central cortou os juros em 500 pontos básicos desde setembro, a 14%, sob a decisão de Erdogan de priorizar crédito e exportações.
Em parte como resposta à turbulência cambial, o governo elevou os preços administrados neste ano, incluindo de gasolina, eletricidade, pedágios e tarifas de ônibus, enquanto o salário mínimo mensal foi elevado em 50%.
Os preços de Transportes saltaram 68,9% na comparação anual, enquanto os preços de alimentos e bebidas subiram 55,6%, elevando a inflação para a máxima nas quase duas décadas de Erdogan no poder.
A inflação deve ultrapassar 50% este mês e permanecer em torno de 55% durante a maior parte de 2022, antes de encerrar o ano a 33%, disse o Goldman Sachs.
A lira caía 0,7%, a 13,58 por dólar. A moeda se estabilizava depois de fortes oscilações –de 18,4 a 10,25 por dólar– em dezembro, devido em parte a intervenções estatais no mercado e a um esquema de proteção de depósitos.