O banco central do Japão manteve seu forte estímulo hoje (18) e alertou para riscos elevados à frágil recuperação devido à crise na Ucrânia, reforçando as expectativas de que continuará sendo uma exceção na mudança global para uma política monetária mais apertada.
O aumento dos preços dos combustíveis e das commodities devido à guerra na Ucrânia pode elevar a inflação ao consumidor para a meta do Banco do Japão de 2% nos próximos meses, disse o presidente Haruhiko Kuroda.
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Mas isso terá vida curta e não levará o banco central a retirar o estímulo, acrescentou ele, destacando a determinação do banco em manter o forte suporte monetário para uma economia que ainda precisa se recuperar totalmente da pandemia de Covid-19.
“Existe uma chance de o Japão ver a inflação em torno de 2% a partir de abril. Mas a maior parte disso deve-se ao aumento dos preços das commodities, então não há motivos para apertar a política monetária. Fazer isso seria inapropriado”, disse ele em entrevista à imprensa.
O tom inclinado a estímulos monetários do Banco do Japão contrasta fortemente com o do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra, que elevaram os juros esta semana para conter a inflação.
Como esperado, o banco central japonês deixou inalterada sua meta para os juros de curto prazo em -0,1% e a dos rendimentos dos títulos de 10 anos em torno de 0% ao final de sua reunião de política monetária nesta sexta-feira.
País pobre em recursos que depende quase inteiramente das importações de combustíveis e gás, o Japão é particularmente vulnerável ao impacto econômico da inflação global de commodities.
“A economia do Japão está acelerando como tendência”, disse o Banco do Japão em comunicado, oferecendo uma visão mais sombria do que em janeiro, quando disse que a economia estava mostrado “sinais mais claros de aceleração”.