Apesar de ter lançado o seu modelo de franquias há apenas dois anos, a Gazin Semijoias já vem se destacando no setor. Com mais de 2 mil unidades, a empresa ocupou o 4º lugar no ranking de 50 maiores franquias brasileiras da ABF (Associação Brasileira de Franchising) em 2021, e espera chegar à marca de 5 mil franqueadas até o final do ano.
Segundo o CEO Caio Gazin, a inovação constante é um dos fatores que contribui para esse crescimento. “Enquanto as empresas lançavam, em média, duas coleções por ano, eu comecei a lançar uma coleção por mês”, explica. “Nós fomos aprimorando isso e, hoje, em 2022, lançamos uma coleção por semana.”
Uma coleção compreende aproximadamente 150 produtos – ou seja, no final de cada mês, são quase 600 produtos novos.
Embora a estratégia tenha parecido insustentável a princípio, Gazin conta que a empresa conseguiu executá-la porque aproveitou diferentes tendências, adequou as modas europeias e norte-americanas ao consumidor brasileiro e reestilizou coleções anteriores.
Afinal, a velocidade é o mote da geração atual, diz o empreendedor. “Há muita ansiedade e tudo acontece muito rápido. Não queremos esperar mais nada.”
A Gazin Semijoias registrou faturamento de R$ 80 milhões como franqueadora em 2021, e R$ 202 milhões como rede. Em 2022, até a última quarta-feira (23), os faturamentos chegavam a R$ 10 milhões e R$ 25 milhões, respectivamente, e superavam os resultados obtidos nos dois primeiros meses do ano passado.
Trabalhando de casa
Outro fator que impulsiona o crescimento da empresa é justamente a adoção do modelo home-based, que permite que os franqueados trabalhem de casa e consigam lucrar já no primeiro mês. Nesse modelo, não há compromissos como aluguel e funcionários, que tradicionalmente empurrariam a expectativa de retorno para mais de um ano.
“Sempre quando se fala em franquia no Brasil, pensamos naquele modelo tradicional, com loja em shopping, quiosque, loja de rua”, diz Gazin. “Mas nos Estados Unidos, por exemplo, já é diferente. Há bastante tempo eles adotam um modelo que permite às pessoas ganhar dinheiro de casa ou de onde elas estiverem.”
A pandemia, que chegou na mesma época em que a Gazin estava se preparando para entrar no mercado de franquias, foi o estopim para a consolidação desse modelo. Embora o momento tenha exigido uma reformulação de estratégia, a empresa se beneficiou a longo prazo.
Hoje, são principalmente as pessoas que perderam o emprego durante a pandemia que investem em franquias da Gazin Semijoias. Os investimentos iniciais variam de R$ 1 mil a R$ 25 mil, a depender do modelo escolhido.
O CEO explica que, em 2022, a empresa pretende lançar também o conceito de franquia digital, que terá como foco o mercado de e-commerce. O franqueado terá acesso a uma estrutura de loja virtual pronta e receberá os produtos através do modelo dropshipping, ou seja, sem a necessidade de manter estoque.
“O franqueado fica basicamente com a missão de criar tráfego através das redes sociais”, diz Gazin. “E como há uma grande variedade de produtos disponíveis, a pessoa pode montar a franquia dela de acordo com o estilo ou ‘tribo’ com a qual ela se identifica.”
Até o final do ano, a empresa espera atingir R$ 100 milhões em faturamento próprio e R$ 250 milhões em faturamento da rede. E mesmo com uma expectativa de taxa básica de juros a mais de 12% ao ano, a Gazin está otimista com sua meta de inaugurar 3 mil franqueadas até dezembro.
“O nosso negócio sempre acaba sendo impactado pela volatilidade do mercado, mas nós conseguimos limitar parte das perdas porque financiamos a entrada das nossas franqueadas com capital próprio”, explica o empreendedor.
Idealização
A Gazin Semijoias foi fundada em 2013 na cidade de Limeira, conhecida como “capital da semijoia”, no interior de São Paulo. Segundo o CEO, existem mais de mil CNPJs que contemplam a fabricação de semijoias na região, e foi essa popularidade que o levou a sair do seu emprego de mecânico, aos 24 anos, e apostar no empreendedorismo.
Ele explica que não conhecia ninguém que estivesse inserido no mercado de semijoias e que teve que aprender a gerir o seu empreendimento do zero. A princípio, o foco era a revenda: “Era uma loja de 16 metros quadrados, eu comprava os produtos de outras empresas, levava para outro lugar para fazer o ‘banho final’, e revendia.”
Aos poucos, a empresa começou a fazer os seus próprios banhos e, em seguida, as suas próprias fundições. A Gazin expandiu suas operações para São Paulo e, depois, para outros estados do Brasil, como Goiás e Rio Grande do Sul. Hoje, a cidade de Brasília é o ponto mais ao norte do país em que a Gazin Semijoias possui uma loja oficial.
Segundo o empresário, o seu objetivo é “estar onde a mulher está”, tendo em vista que esse é o principal público consumidor. Nesse sentido, a empresa também busca garantir independência financeira às mulheres que se tornam suas franqueadas.
“A Gazin é muito mais do que uma empresa de semijoias, né? A gente vende realmente um conceito onde as mulheres encontram a própria liberdade”, afirma o empreendedor.