O Ibovespa opera em alta de 0,50% na abertura do pregão de hoje (17), a 111.669 pontos, às 10h35, horário de Brasília. A retomada da tendência de alta das commodities apoia o índice local, enquanto os investidores domésticos digerem as novas taxas de juros no Brasil e Estados Unidos.
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou ontem (16) a taxa Selic em 1 ponto-percentual, para 11,75% ao ano, em linha com as expectativas do mercado.
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“Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude”, comenta Idean Alves, sócio da Ação Brasil Investimentos. “Esse discurso de controle da inflação é o mesmo adotado pelos outros Bancos Centrais; declaradamente esse é o ‘inimigo comum’”.
Na Ucrânia, apesar das negociações de cessar-fogo, os conflitos continuam. Os Estados Unidos concordaram em enviar US$ 1 bilhão em assistência militar para o país, e em uma declaração ontem, o presidente norte-americano, Joe Biden, chamou o presidente russo de “criminoso de guerra”. Para o Kremlin, a fala foi “imperdoável e inaceitável”.
Com a diminuição das perspectivas de paz e as restrições de oferta, os preços do petróleo voltaram a subir. A IEA (Agência Internacional de Energia) disse ontem que o mercado poderia perder 3 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e produtos russos a partir do próximo mês.
O Brent registra alta de 6% nesta manhã, enquanto os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuam 0,09% e 0,40%, respectivamente.
O dólar opera em alta de 0,15%, sendo negociado a R$ 5,1000 na venda.
Nos Estados Unidos, os índices futuros registram queda. Ontem, o Federal Reserve, banco central norte-americano, anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica de juros, como amplamente esperado pelos mercados.
Porém, a projeção de que sua taxa atingiria entre 1,75% e 2% até o fim do ano foi mais “hawkish” (agressiva contra a inflação) do que alguns projetavam.
Tradicionalmente, taxas mais altas de juros tornam a renda fixa mais atrativa, criando um êxodo de capital do mercado acionário.
Na Ásia, o índice acionário de Hong Kong registrou mais um avanço expressivo, ainda reagindo ao anúncio do primeiro-ministro da China de que o país irá garantir estabilidade e suporte aos mercados financeiros.
Além disso, o governo chinês disse que irá tomar medidas mais eficazes para conter o avanço das infecções por Covid-19 no país, também buscando minimizar o impacto da epidemia sobre o desenvolvimento econômico e social.
O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 7,04%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 1,84%. Já no Japão, o índice Nikkei ganhou 3,46%, enquanto o Shangai, na China continental, subiu 1,40%.
Na Europa, os principais índices operam em baixa, com as pressões inflacionárias decorrentes dos conflitos na Ucrânia no radar.
Hoje, o Banco da Inglaterra também divulga a sua nova taxa de juros, que deve demonstrar um aumento de 0,25%, para 0,75% ao ano, o terceiro aumento consecutivo na região.
“Nesta sessão, [também] temos o discurso da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde e a divulgação do IPC [Índice de Preços ao Consumidor] de fevereiro da zona do euro”, aponta Dennis Esteves, especialista em renda variável na Blue3 Investimentos.
Por volta das 10h35, o Stoxx 600 perdia 0,29%; na Alemanha, o DAX recuava 1,13%; na França, o CAC 40 operava em baixa de 0,42%; na Itália, o FTSE MIB cedia 1,47%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 avançava 0,48%. (Com Reuters)