Os custos de refino de petróleo e de alimentos pesaram e os preços ao produtor no Brasil aceleraram com força a alta a 3,13% em março, de acordo com os dados de hoje do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em fevereiro, o IPP (Índice de Preços ao Produtor ) havia subido 0,54% sobre o mês anterior. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 18,31% até março, embora o avanço tenha enfraquecido ante 20,02% em fevereiro.
Os preços de petróleo e fertilizantes vêm sendo fortemente impactados no exterior pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que pressiona a inflação ao consumidor no Brasil, já bem acima do teto da meta do Banco Central e provocando alta da taxa de juros.
Entre as 24 atividades analisadas no IPP, o IBGE apontou que as maiores influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (1,23 ponto percentual), alimentos (0,71 p.p.), indústrias extrativas (0,61 p.p.) e outros produtos químicos (0,57 p.p.).
“Essas quatro atividades responderam por 3,12 pontos percentuais, praticamente todo o índice”, disse o gerente do IPP, Manuel Campos, explicando que o resultado de março do índice teve forte influência do movimento internacional do petróleo.
“Quando aumenta o preço do barril, aumenta o preço dos derivados. Os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis aumentaram… em março, com destaque para o óleo diesel e gasolina”, completou.
Os custos de refino de petróleo e biocombustíveis dispararam 10,84% em março, variação mais intensa desde novembro de 2021 (7,45%). As indústrias extrativas registraram alta de 10,69% e outros produtos químicos subiram 5,75% no mês.
“Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais, com impacto nos custos de aquisição das matérias-primas, especialmente dos produtos ligados a adubos e herbicidas, que foram responsáveis por mais de 90% do aumento do setor”, disse Campos.
Já os preços dos alimentos subiram 3,01%, no resultado mais alto desde outubro de 2020 (4,67%).
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.