As vendas no varejo brasileiro aumentaram pelo segundo mês seguido em fevereiro, e bem mais do que o esperado, dando seguimento à recuperação apesar da inflação elevada no país.
Em fevereiro, as vendas varejistas subiram 1,1% em relação a janeiro, informou nesta quarta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O dado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,1%, e segue-se a uma alta de 2,1% em janeiro, leitura fortemente revisada para cima após taxa de 0,8% informada inicialmente.
“Em dezembro de 2021 o comércio atingiu um nível mínimo em muito tempo, só perdendo para o começo da pandemia. Agora, dois anos depois da pandemia, chegou a 1,2% acima do patamar pré pandemia”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
“Cresceu, mas o comércio ainda segue num nível baixo”, completou.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 1,3%, ante uma previsão de perda de 1,1%.
Os resultados positivos do varejo se dão apesar da inflação elevada no país, que corrói a confiança e a renda do consumidor, e do desemprego ainda alto.
O desempenho do varejo soma-se ao crescimento de 0,7% da indústria em fevereiro depois de tropeço no início do ano. Por outro lado, o volume de serviços sofreu com a inflação e teve queda inesperada de 0,2% no mês.
Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram crescimento das vendas em fevereiro. A maior taxa foi de livros, jornais, revistas e papelaria, com alta de 42,8%, devido, segundo o IBGE, à retomada do mercado de livros didáticos depois de esse mercado ter sido afetado pelo ensino online e migração do material impresso para o meio digital.
Os maiores impactos, no entanto vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%), de acordo com o instituto.
Segundo o IBGE, boa parte desse resultado se deve a promoções realizadas por empresas, principalmente de vestuário e móveis.
Também tiveram alta em fevereiro outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%).
Por outro lado, recuaram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-5,6%) depois de três altas seguidas, enquanto o setor de equipamentos e material para escritório informática e comunicação ficou estável.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou ganho de 2,0% no volume de vendas, com a alta 5,2% dos veículos compensando a queda de 0,4% de material de construção.